Cuba tira casamento gay da nova Constituição após protestos evangélicos

A mudança aconteceu após mobilização de igrejas e cidadãos comuns contrários à legalização da união entre pessoas do mesmo sexo.

Fonte: Guiame, com informações da NBC NewsAtualizado: quinta-feira, 20 de dezembro de 2018 às 18:04
Mariela Castro defende casamento gay em Cuba, mas proposta foi retirada da nova Constituição. (Foto: Yamil Lage/AFP/Getty Images))
Mariela Castro defende casamento gay em Cuba, mas proposta foi retirada da nova Constituição. (Foto: Yamil Lage/AFP/Getty Images))

Esta semana Cuba apresentou um novo texto em substituição à proposta rejeitada pela maioria das pessoas que participaram das consultas públicas referentes ao artigo 68, que incluía a legalização do casamento gay na nova Constituição do país. Grupos evangélicos e sociedade se uniram para se manifestarem contrários ao projeto.

A descrição, que antes estava como “união de um homem e uma mulher”, foi transformada pelos defensores dos direitos homossexuais em “união de duas pessoas com direitos e obrigações absolutamente iguais”, o que recebeu protestos vigorosos da maioria da população.

Por força da grande mobilização popular e dos grupos evangélicos, o regime comunista hoje presidido por Miguel Diaz-Canel pôs fim à proposta, ao menos por enquanto.

A decisão foi anunciada no Twitter pela Assembleia Nacional de Cuba que diz ter eliminado a linguagem da nova carta “como uma forma de respeitar todas as opiniões”.

Oposições

Com rápido crescimento em Cuba, embora haja restrições e até perseguições por parte do governo comunista, as igrejas evangélicas têm protagonizado o aumento da pressão sobre o governo em oposição a grupos e pessoas que defendem a união homossexual, como Mariela Castro, legisladora e filha do ex-presidente Raul Castro.

Por uma rede social, Mariela disse que embora a linguagem no projeto de Constituição tenha mudado, o direito ao casamento gay não foi eliminado. Segundo ela, a nova proposta substitui a palavra “pessoas” pelo termo “cônjuges” a fim de garantir que “todas as pessoas tenham a possibilidade de acessar a instituição do casamento”.

Os cubanos, que normalmente evitam as críticas abertas ao governo, saíram às ruas para se mostrarem contrários à proposta constitucional que promovia o casamento gay. De acordo com a mídia estatal, os cubanos fizeram 192.408 comentários sobre o artigo 68, que trata do tema casamento homossexual, com a maioria pedindo para eliminá-lo da nova Carta Magna.

Algumas coisas mudaram em Cuba referentes à homossexualidade. Nos anos 60 e 70, o governo comunista, liderado por Fidel Castro, promovia perseguição aos homossexuais e enviava homens gays para campos de trabalho forçado. No entanto, pelo que se viu, a sociedade cubana é conservadora nos valores e capaz de se mobilizar para fazer valer a vontade da maioria.

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