Um representante da Portas Abertas Internacional criticou o silêncio da Igreja em meio à crise de perseguição contra cristãos.
Se apresentando sob um pseudônimo por razões de segurança, Joshua Williams discursou na Assembleia Geral da Aliança Evangélica Mundial em Seul, na Coreia do Sul, na terça-feira (28).
Williams, que atua como Diretor de Serviços da África para a Portas Abertas, falou sobre a realidade atual da perseguição no mundo e fez um apelo urgente de oração pela Igreja perseguida.
Ele mencionou a passagem bíblica de Caim e Abel para chamar a atenção da Igreja global para sua responsabilidade com os irmãos perseguidos.
"Quando Abel foi assassinado por seu irmão, Deus veio pedir responsabilidade pela vida de Abel: ‘Onde está seu irmão Abel? Seu sangue está clamando para mim'", afirmou.
E ressaltou: "O sangue de centenas de milhares está clamando a Deus globalmente. E se pergunta: Onde está a Igreja? Onde está o povo de Deus?".
Chamado ao arrependimento
Segundo o representante da Portas Abertas, o primeiro passo para sair da indiferença em relação à perseguição é se arrepender.
"Quando Neemias ouviu o estado da nação de Israel, ele desabou diante de Deus. Ele entrou em estado de arrependimento e confessou. Ele clamou a Deus. Ele confessou o pecado de sua família, confessou o pecado de seu povo, sua comunidade e sua nação. E o mesmo fez o homem de Deus Esdras”, exemplificou.
O líder chamou a Igreja para um despertar através de oração e jejum. "Estou orando por um avivamento de arrependimento na Igreja e em nossas nações. A menos que de outra forma, este não acontecerá senão por oração e jejum”, declarou.
Situação da África
Joshua Williams destacou a perseguição na África, onde cristãos são afetados principalmente em regiões de conflito. Ele citou o exemplo de mulheres e meninas cristãs que são abusadas por terroristas do Boko Haram por causa de sua fé.
“É um horror e um inferno. Elas são estupradas de novo, de novo e de novo, o que essas mulheres e senhoras passam não pode nem ser imaginado”, disse.
Quando as vítimas conseguem voltar para suas comunidades, ainda enfrentam discriminação.
"Essas meninas voltam e têm bebês do Boko Haram, e então essas crianças crescem como bebês do Boko Haram”, contou Williams.
“Mas também quero dizer que essas mulheres e senhoras merecem nosso maior respeito. Elas são guerreiros da fé”.
Ele destacou que a perseguição contra cristãos não acontece em apenas um lugar, mas em dezenas de países em todo o mundo.
"Isso não está acontecendo em apenas um lugar. Está acontecendo da Somália até a costa ocidental da África e na Ásia e em muitos, muitos países. Globalmente, mais de 55 países são afetados”, afirmou.
“Só na África, existem mais de 45 milhões de pessoas deslocadas – 16 milhões são cristãos. Dezesseis milhões de nossos irmãos e irmãs vivem nas realidades mais horríveis, e a maior porcentagem são mulheres, meninas e jovens”, acrescentou.
Diante da realidade de perseguição generalizada, Joshua Williams terminou sua fala com uma mensagem de esperança, citando as palavras de Jesus em Mateus 16:18.
"Apesar de todos esses desafios, [Jesus] edificará sua Igreja. Louvado seja o Senhor!", finalizou.
