O número de divórcios realizados em Cartórios de Notas apresentou queda de 10,4% nos 11 primeiros meses de 2022 em comparação ao ano passado, apresentando seu menor número desde o ano de 2018, informou o Colégio Notarial do Brasil, organização que congrega os tabeliães do país.
De acordo com as informações, a explicação para essa queda pode ser, principalmente, o fim do isolamento social causado pela Covid-19 e o retorno das famílias à normalidade de suas rotinas de trabalho e estudo.
Com a pandemia e o convívio mais longo entre os casais, os divórcios atingiram crescimento recorde. Foram registradas 76.671 separações em 2021, um aumento de 4% em relação ao ano anterior, justamente no ano em que a pandemia esteve no auge no país.
Este ano, os números absolutos foram 68.703 divórcios em Cartórios de Notas entre janeiro e novembro deste ano.
Os estados com maior queda no número de divórcios são Rio Grande do Norte (24,9%), Acre (22,6%), Ceará (18,2%), Rondônia (15,7%) e Tocantins e Maranhão (15,6%).
Os meses com maiores quedas foram novembro, outubro, julho e janeiro.
Números oficiais
Os dados constam da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (Censec), base de dados administrada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF) e que reúne as informações dos cerca de 8 mil cartórios no país.
“Os divórcios em Cartórios de Notas vinham crescendo ano a ano, mas registraram uma explosão por dois motivos: o isolamento social que certamente contribuiu para que relacionamentos que não estavam tão bem fossem terminados, e o lançamento da plataforma e-Notariado, que permitiu a prática de diversos atos notariais em meio eletrônico, inclusive a escritura de divórcio, sem a necessidade de estar lado a lado com o ex-companheiro, de forma fácil, rápida e totalmente digital”, aponta Giselle Oliveira de Barros, presidente do CNB/CF.
Na comparação entre os 11 primeiros meses deste ano com o mesmo período de 2020, primeiro ano da pandemia no Brasil, quando foram registrados 71.440 mil divórcios, a queda foi de 3,8%.
Entre o primeiro e o segundo ano da crise sanitária da Covid-19 houve crescimento de 7,3% nas dissoluções de casamento no país.