Jonathan Pinkard precisava de um transplante de coração. Mas por ser sem-teto, ele não tinha um sistema de apoio para ajudá-lo após a cirurgia — e isso o desqualificou da lista de espera pelo transplante.
“Era uma situação bastante assustadora”, disse ao Washington Post o jovem de 27 anos, que morava em um abrigo e trabalhava como auxiliar de escritório em Warm Springs, na Geórgia (EUA).
Em dezembro, quatro meses depois de saber que precisava de um transplante, Jonathan voltou ao hospital e conheceu a enfermeira Lori Wood, de 57 anos. Ele foi seu paciente por dois dias no Hospital Piedmont Newnan, quando ela se ofereceu para ser sua guardiã e cuidar dele.
“Eu não podia acreditar que alguém que me conheceu apenas dois dias faria isso”, disse Jonathan. “Foi quase como um sonho”.
Lori, que é enfermeira há 35 anos, disse que nunca havia feito algo assim antes, mas ficou comovida quando soube que não havia ninguém cuidando de Jonathan — e que essa era a barreira entre ele e um novo coração.
“Em algum momento, Deus coloca as pessoas em situações em sua vida, e você tem a opção de fazer algo a respeito”, disse ela. “Para mim, não havia escolha. Eu sou uma enfermeira; eu tinha um quarto extra [na minha casa]. Não foi algo que eu lutei contra. Ele teve que voltar para casa comigo”.
No dia em que Jonathan recebeu alta, Lori o levou para sua casa em Hogansville, onde ela mora com um de seus três filhos, Austin Wood.
“Ela é a ‘mamãe’ para mim desde janeiro”, disse Jonathan, que foi submetido a um transplante cardíaco de sete horas bem-sucedido em 1º de agosto e deve ser liberado para voltar ao trabalho em breve.
Lori Wood e Jonathan Pinkard em casa, em Hogansville, na Geórgia. (Foto: Arquivo pessoal)
“Desde o dia em que fui para casa com ela, ela se sentiu como minha segunda mãe”, completou o rapaz, que tem autismo.
Uma nova família
Lori leva Jonathan às consultas médicas, garante que ele tome suas 34 pílulas diariamente e faz o possível para afastá-lo de alimentos ricos em sódio.
Em julho, ela entrou com a papelada e legalmente se tornou sua guardiã antes do transplante. Mas para os dois, ela o “adotou” no dia em que o trouxe para casa.
“Estou ensinando ele a cozinhar refeições saudáveis, com o objetivo dele se tornar mais independente”, disse Lori. “Ele é bem-vindo a ficar aqui o tempo que quiser, mas também sei que ele merece ter sua própria vida. Então, em algum momento, quando ele estiver pronto, tentaremos fazer isso acontecer”.
Até então, Jonathan está feliz com seu novo coração e sua nova família. “Sinto que sou um dos filhos dela”, disse ele. “Tudo o que posso dizer é: ‘Obrigada, mamãe Lori. Obrigado. Eu te amo’”.