Manifestantes de esquerda invadiram o complexo de uma igreja em Santa Catarina, localizada ao lado de uma faculdade, e protestaram em frente ao templo enquanto um culto estava em andamento, na noite de terça-feira (18).
A Igreja da Paz, uma comunidade luterana no centro de Joinville, realizava um culto de oração, que teve início às 18h45, quando um grupo de manifestantes invadiu o complexo aos gritos e apitos, carregando bandeiras de movimentos, sindicatos e partidos políticos.
O complexo abriga o templo da Igreja da Paz e o prédio da Faculdade IELUSC, que é vinculada à Rede Sinodal de Educação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana (IECLB).
O protesto aconteceu em meio a mobilização de estudantes para o dia 18 de outubro em todo o Brasil, em um ato pela “defesa da educação e da democracia, contra os cortes na educação e pelo fim do governo Bolsonaro”, segundo o PT Joinville.
Entre as organizações envolvidas no protesto em Joinville, estão o PT (Partido dos Trabalhadores), PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), PCB (Partido Comunista Brasileiro), além de movimentos de jovens comunistas, LGBTs e feministas, informou o PT Joinville no Instagram.
Pouco antes de protestar em frente à igreja, cantando o slogan “ocupar e resistir”, os manifestantes invadiram a Faculdade IELUSC, localizada no mesmo complexo do templo.
A página da Igreja da Paz no Instagram compartilhou stories de fiéis repudiando o ato. “Meu repúdio à manifestação ocorrida na noite de hoje na instituição Bonja/IELUSC que acabou interferindo também no Culto de Oração da Paróquia da Paz”, disse um deles.
“Nossa solidariedade à nossa querida igreja pela inconveniente e desrespeitosa manifestação durante o culto de hoje”, disse outra fiel.
Relatos de fiéis sobre o protesto. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
O vereador de Joinville, Wilian Tonezi, também repudiou o ato em um vídeo no Instagram e criticou estudantes que fazem “militância comunista” nas universidades. “Esse é um movimento orquestrado dos partidos de esquerda”, disse ele.
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Afastamento de professora motivou protesto
Dentro das dependências do colégio, os manifestantes cantavam: “Ô IELUSC, preste atenção, os estudantes não aceitam opressão”.
Isso porque um dos motivos do protesto foi o afastamento de uma professora da Faculdade IELUSC, por conta de seu posicionamento político, ferindo o Código de Ética e Conduta da instituição.
A antropóloga Maria Elisa Máximo, professora titular da IELUSC, foi afastada após uma publicação no Twitter: “Joinville sendo o esgoto do bolsonarismo, pra onde escoou os resíduos finais da campanha do imbroxável inominável. Não tem quem escape: há gente brega, feia e fascista pra todos os lados.”
Complexo da Igreja da Paz e Faculdade IELUSC. (Foto: Google Maps)
Em nota publicada em seu site, a Faculdade IELUSC esclarece que seu “posicionamento institucional é de neutralidade política, por ser apartidária”.
A direção da instituição informou ainda que havia orientado o corpo docente e funcionários a evitar “posicionamentos pessoais [que] possam ser vinculados como sendo de nossa instituição educacional, sobretudo na sala de aula ou em mídias e grupos acessados por estudantes e/ou pais; e evitar deixar-se influenciar pelas emoções ingressando em debates improdutivos, em especial quando você ou seu interlocutor utilizam achismos e generalizações como argumentos”.