Gordon Brown, que foi primeiro-ministro do Reino Unido e líder do Partido Trabalhista entre 2007 e 2010, pediu aos líderes mundiais que formem um governo global temporário para enfrentar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O ex-primeiro-ministro, que esteve no centro dos esforços internacionais para combater o impacto da crise dos bancos em 2008, disse que havia a necessidade de uma força-tarefa que envolvesse líderes mundiais, especialistas em saúde e líderes de organizações internacionais que teriam poderes executivos para coordenar a resposta.
Com participação do presidente Jair Bolsonaro, o G20 debateu a pandemia do coronavírus em uma reunião virtual nesta quinta-feira (26). A teleconferência foi presidida pelo rei Salman, da Arábia Saudita, país que preside o grupo neste ano.
Brown acredita que os esforços devem incluir também o Conselho de Segurança da ONU. “Isso não é algo que possa ser tratado em um país”, disse ele, segundo o jornal britânico The Guardian. “Tem que haver uma resposta global coordenada”.
O político britânico disse que a crise atual é diferente daquela em que ele estava envolvido. “Esse era um problema econômico que tinha causas econômicas e solução econômica”, afirmou.
“Esta é, antes de mais nada, uma emergência médica e é preciso que haja uma ação conjunta para lidar com isso. Mas quanto mais você intervém para lidar com a emergência médica, mais coloca as economias em risco”.
Na força-tarefa global proposta por Brown, a crise seria combatida em duas frentes. Ele afirma que seria necessário um esforço coordenado para encontrar uma vacina e organizar sua produção e compra, evitando os lucros.
“Precisamos de algum tipo de trabalho executivo”, disse Brown. “Se eu fizesse isso de novo, tornaria o G20 uma organização mais ampla porque, nas circunstâncias atuais, você precisa ouvir os países mais afetados, os países que estão fazendo a diferença e os países onde há potencial para uma enorme número de pessoas a serem afetadas — como a África”.
Ele disse ainda que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) precisam aumentar seu poder financeiro para lidar com o impacto da crise nos países de baixa e média renda.