Famílias dos 17 missionários sequestrados no Haiti pregam perdão em resposta à ameaça de morte

Em vídeo postado numa rede social na semana passada, o líder da gangue ameaçou matar os cristãos caso o resgate de 95 milhões de reais não for pago.

Fonte: Guiame, com informações do The Christian Post Atualizado: quarta-feira, 27 de outubro de 2021 às 14:22
Pessoas reunidas numa vigília em Michigan, para orar pela libertação dos missionários. (Foto: AP Photo/Anna Liz Nichols).
Pessoas reunidas numa vigília em Michigan, para orar pela libertação dos missionários. (Foto: AP Photo/Anna Liz Nichols).

As famílias dos 17 missionários sequestrados no Haiti estão pregando perdão aos sequestradores, após Wilson Joseph, líder da gangue 400 Mawozo, ameaçar matar os reféns caso o resgate de 95 milhões de reais não seja pago.

No sábado (23), o Christian Aid Ministries, grupo a qual pertence os missionários, afirmou em um comunicado que as “famílias estão unidas em seu desejo de seguir o ensino de perdão de Jesus”.

“Como grupo de cristãos, nosso Rei [Jesus] disse que não deseja que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. Esse é o nosso desejo para os homens que fazem parte da gangue”, disse um familiar não identificado.

Enquanto as negociações para a libertação dos cristãos estão em andamento com as autoridades do Haiti e dos Estados Unidos, a gangue divulgou um vídeo na semana passada, mostrando não estar satisfeita com o ritmo das negociações.

“Eu juro que se não conseguir o que estou pedindo, vou colocar uma bala na cabeça desses americanos”, disse o chefe da gangue Wilson Joseph, em vídeo postado numa rede social na última quinta-feira (21).

No vídeo, Wilson Joseph também ameaçou o primeiro-ministro Ariel Henry e o chefe da polícia nacional do Haiti, ao lado de caixões abertos, possivelmente de membros de sua gangue que foram mortos recentemente. 

“Vocês me fazem chorar. Eu choro água. Mas vou fazer vocês chorarem sangue”, disse o líder.

Questionado sobre a situação do sequestro durante uma coletiva de imprensa na última quinta-feira (21), a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que o governo americano está trabalhando para libertar os missionários.

“Nosso governo tem se concentrado incansavelmente nisso, incluindo o envio de uma equipe do Departamento de Estado ao Haiti; trabalhando em estreita colaboração com o FBI, que é o líder nesse tipo de assunto. Em constante comunicação com a Polícia Nacional do Haiti, a igreja a que pertencem os missionários, bem como com o governo haitiano. E faremos tudo o que pudermos para ajudar a resolver a situação”, disse Blinken.

Na semana passada, centenas de haitianos pediram a libertação dos missionários sequestrados em manifestação ao norte da capital Porto Príncipe. Os protestantes caminharam pacificamente pelas ruas de Titanyen, perto da base missionária do grupo, com cartazes que diziam "Liberte os americanos" e "Não ao sequestro!".

Entenda o caso

Os 17 missionários e suas famílias foram sequestrados por uma gangue em Porto Príncipe, no Haiti, neste sábado (16). De acordo com a Christian Aid Ministries, o sequestro aconteceu após o grupo deixar um orfanato situado a 30 km da capital haitiana.

Segundo a CNN Internacional, o grupo sequestrado é formado por cinco homens e sete mulheres, entre 18 e 48 anos, e cinco menores, entre 8 meses e 15 anos. Entre os cristãos, 16 são americanos e um é cadanense.

A polícia haitiana e o FBI estão orientando a organização missionária no caso e as negociações estão em andamento. Os agentes do FBI estão no Haiti, mas não lideram as investigações.

 

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