Missionários falaram de Jesus a sequestradores no Haiti e cantaram Salmo 34

Os últimos 12 missionários foram libertados na semana passada, dando fim ao sequestro de dois meses.

Fonte: GuiameAtualizado: segunda-feira, 20 de dezembro de 2021 às 12:57
Sede Christian Aid Ministries ao norte de Port-au-Prince, no Haiti. (Foto: Odelyn Joseph/AP)
Sede Christian Aid Ministries ao norte de Port-au-Prince, no Haiti. (Foto: Odelyn Joseph/AP)

Depois de dois meses de sequestro, todos os missionários americanos deixaram o Haiti na última quinta-feira (16), com uma atitude de fé, perdão e amor pelo Evangelho.

Os últimos 12 missionários sequestrados entraram em um avião rumo aos Estados Unidos em boas condições de saúde, “incluindo o bebê de 10 meses, o menino de 3 anos e o menino de 6 anos”, informou David Troyer, diretor geral do Christian Aid Ministries (CAM).

Com sede em Ohio, o CAM é um ministério de anabatistas, menonitas, amish e grupos cristãos de tradição conservadora.

Em uma mensagem de perdão, Troyer ofereceu uma palavra aos sequestradores: “Não sabemos todos os desafios que eles enfrentam. Acreditamos que a violência e a opressão contra outras pessoas nunca podem ser justificadas. Vocês causaram muito sofrimento aos nossos reféns e suas famílias”, disse ele.

“No entanto, Jesus nos ensinou por Sua palavra e por Seu próprio exemplo que o poder do amor que perdoa é mais forte do que o ódio da força violenta”, disse ele. “Portanto, nós estendemos o perdão a vocês.”

Troyer revelou ainda que os reféns “oraram por seus sequestradores e falaram a eles sobre o amor de Deus e sua necessidade de se arrepender”.

Os missionários foram sequestrados em 16 de outubro, logo após visitarem um orfanato em Ganthier, na comuna de Croix-des-Bouquets.

“Ao saberem o que estava acontecendo no momento do sequestro, o grupo começou a cantar o coro: 'O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra'”, disse Troyer, citando o Salmos 34:7. “Essa música se tornou a favorita deles, e eles a cantaram muitas vezes durante seus dias de cativeiro.”

Os reféns permaneceram juntos durante todo o tempo, em oração, em canções e encorajando uns aos outros. “Infelizmente, eles não tinham uma Bíblia, mas recitavam versículos bíblicos de cor entre si”, disse Troyer.

Troyer disse que os missionários do CAM estavam cientes dos perigos no Haiti, onde a atividade de gangues e sequestros têm aumentado. Mas a organização costuma trabalhar em lugares perigosos exatamente porque “é aí que estão as maiores necessidades”, destacou.

O CAM espera continuar trabalhando no Haiti, disse Troyer, embora reconheça que precisará reforçar os protocolos de segurança e “instruir melhor nosso pessoal sobre os perigos envolvidos”.

Negociações pela liberdade

A gangue 400 Mawozo estava exigindo resgate de 1 milhão de dólares por pessoa, sob a ameaça de matar os reféns. Não se sabe os detalhes da libertação dos missionários e nem se um resgate foi pago.

Brian A. Nichols, secretário adjunto do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, comentou apenas que “o governo dos Estados Unidos não paga resgate por reféns”.

Em uma reunião na sexta-feira, representantes de 14 países e o primeiro-ministro haitiano firmaram compromissos para lidar com a segurança e a situação política e econômica do país caribenho.

Nichols informou que o governo dos EUA planeja enviar especialistas para treinar a equipe SWAT da Polícia Nacional do Haiti. Já o Japão prometeu US$ 3 milhões em ajuda, incluindo a construção de residências e instalações para a polícia.

Em nome do CAM, Troyer agradeceu ainda os veículos de imprensa cristãos: “Vocês espalharam a notícia desta difícil situação por todo o mundo, resultando em um número incontável de orações ao nosso grande Deus por Seu povo em todo o mundo”.

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