De acordo com informações do The Washington Post, o governo Biden permitiu que pesquisadores e universitários usem tecido fetal humano para experiências médicas. As restrições anteriores do governo Trump foram removidas pelo Instituto Nacional de Saúde (INS). O material de abortos eletivos serão utilizados para estudar doenças e possíveis tratamentos.
Durante o governo Trump, os cientistas americanos não tinham mais a permissão para conduzir pesquisas usando partes de corpos de bebês abortados. Além disso, o dinheiro dos contribuintes não poderia mais financiar esse tipo de pesquisa.
Através de notificação, o INS informou aos diretores científicos e clínicos que a restrição de Trump estava suspensa e que o dinheiro federal voltaria a ser usado para a compra de tecidos fetais para estudos biomédicos por funcionários do governo.
Protestos
Em um comunicado, o presidente do Conselho de Pesquisa da Família, Tony Perkins, escreveu que “a decisão significa que os dólares do contribuinte serão usados para experimentos bárbaros usando tecidos de abortos em vez de usar alternativas éticas e eficazes”, protestou.
“Essa decisão de retomar os experimentos usando partes do corpo de crianças abortadas desafia tanto a melhor ética quanto a ciência mais promissora", disse Tara Sander Lee, pesquisadora sênior e diretora de ciências da vida do Instituto Charlotte Lozier, em um comunicado ao The New York Times. “Explorar os corpos desses pequenos seres humanos é desnecessário e grotesco. Existem alternativas superiores e éticas disponíveis”, disse ela.
Há cientistas que argumentam que o tecido fetal é menos eficaz na pesquisa do que as células-tronco adultas, grupos de células cultivadas artificialmente conhecidas como organoides e outros materiais não derivados de fetos abortados.
Sobre as pesquisas
O papel do tecido fetal na pesquisa biomédica está presente desde a década de 1950, quando pesquisadores suecos desenvolveram uma vacina contra a pólio usando células fetais.
No final da década de 1980, os cientistas desenvolveram a técnica de criar ratos com sistema imunológico deficiente e transplantar para eles pequenas quantidades de tecido do sistema imunológico de fetos abortados.
Esses camundongos “humanizados” crescem o equivalente a um sistema imunológico humano. Eles se tornaram animais de laboratório cruciais no estudo de várias doenças importantes, incluindo terapias para HIV, câncer, problemas neurológicos, doença das células falciformes e distúrbios oculares.
No ano passado, um pesquisador federal foi impedido de usar tecido fetal para tentar desenvolver o tratamento para o covid-19, a doença causada pelo coronavírus.