Biden irá revogar política anti-aborto aprovada por Trump, diz médico da Casa Branca

O Dr. Anthony Fauci disse à OMS que o novo presidente dos EUA está se preparando para reverter uma política anti-aborto do governo Trump.

Fonte: Guiame, com informações do NPR e GuardianAtualizado: quinta-feira, 21 de janeiro de 2021 às 18:22
O presidente Joe Biden no Salão Oval após sua posse na quarta-feira (20). (Foto: Evan Vucci/AP/Shutterstock
O presidente Joe Biden no Salão Oval após sua posse na quarta-feira (20). (Foto: Evan Vucci/AP/Shutterstock

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, está se preparando para reverter uma política do governo Trump que proíbe o financiamento federal de organizações que fornecem ou encaminham pacientes para abortos.

O Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, anunciou as mudanças durante a reunião do Conselho Executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS) na manhã desta quinta-feira (21), após ser nomeado conselheiro médico da Casa Branca.

“Será nossa política apoiar a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e meninas e os direitos reprodutivos nos EUA, bem como em todo o mundo. Para isso, o presidente Biden vai revogar a Política da Cidade do México nos próximos dias, como parte de seu compromisso mais amplo de proteger a saúde da mulher e promover a igualdade de gênero aqui e no mundo”, disse Fauci.

A Política da Cidade do México bloqueia o financiamento federal dos EUA para ONGs que fornecem aconselhamento sobre aborto, defendam ou promovam a prática. Foi instituída pela primeira vez em 1985 pelo governo Reagan e tem alternado entre presidentes republicanos e democratas desde então. 

Donald Trump reinstituiu e expandiu a política, que seus críticos descrevem como “lei da mordaça”, poucos dias após assumir o cargo. As ações de Trump foram elogiadas por grupos pró-vida, que se opõem ao financiamento público para organizações que estão envolvidas no aborto.

Apoio dos EUA à OMS

Durante a reunião, Fauci também prestou uma homenagem ao trabalho “implacável” da OMS e ao seu “querido amigo”, o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, na luta contra a pandemia. Tedros, por sua vez, o chamou de “meu irmão Tony”.


Dr. Anthony Fauci (na tela) e Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus na reunião do Conselho Executivo da OMS. (Foto: ONU)

Fauci disse que irá revogar formalmente o processo de retirada dos EUA da OMS que Trump havia anunciado em maio do ano passado, após declarar que a organização era muito “centrada na China” e desproporcionalmente financiada pelos EUA sem nenhum benefício. 

“Tenho a honra de anunciar que os EUA continuarão sendo membros da OMS”, disse Fauci. “Os EUA também pretendem cumprir suas obrigações financeiras com a organização”.

Fauci também anunciou formalmente que os EUA estão se inscrevendo no Covax, um programa que reúne fundos internacionais para comprar vacinas e distribuí-las igualmente em todo o mundo, bem como ao Act- Accelerator, uma estrutura para colaboração em tratamentos e tecnologia.

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