O marceneiro Geovani Mendes dos Santos, de 27 anos, se preparava para uma cirurgia arriscada para retirada de um tumor quando recebeu a notícia que estava curado. A cirurgia seria realizada no dia 4 de janeiro no Hospital das Clínicas da Unicamp, e desde o dia anterior, um domingo, o morador de Americana estava internado no hospital.
Para ele, a explicação da cura na hora decisiva está na fé. “É raro acontecer. Existe um preparo por trás disso, ninguém marca uma cirurgia de grande risco sem ter certeza do que está fazendo, e ter uma notícia dessa é maravilhoso. Fiquei muito feliz, chorei de alegria. Foi um momento muito feliz de ver que minha fé estava sendo concretizada, é um momento que nunca vou esquecer”, contou o marceneiro ao Liberal.
A história teve repercussão nas redes sociais, após uma postagem da mãe de Geovani. O marceneiro contou que descobriu o câncer no testículo no começo de 2020. Tumores nessa região correspondem a apenas 5% dos casos de câncer entre homens e são considerados raros, acometendo pessoas entre 15 e 50 anos.
Em junho, Geovani precisou fazer uma cirurgia para descobrir o tipo de tumor. Em seguida, iniciou o tratamento com quimioterapia. Ao final de cinco meses de tratamento, em novembro, ele refez os exames e os médicos disseram que uma parte do tumor havia resistido à quimioterapia e seria necessária uma nova cirurgia. O procedimento foi agendado para janeiro, mas não precisou ser feito.
Quando recebeu a notícia que estava curado, na noite de domingo, o paciente já havia feito eletrocardiograma, exame de sangue e conversado com o anestesista sobre como seria a cirurgia.
“O médico entrou e disse que não precisaria mais, haviam reavaliado as imagens, tinha saído o laudo também, e em reunião com o radiologista do Hospital Estadual Sumaré decidiram que não ia precisar fazer cirurgia, que eu estava curado”, recorda Geovani.
O hospital confirmou que o paciente esteve internado no dia 3 para ressecção de neoplasia residual, ou seja, a retirada de resíduos do tumor, que seu caso foi discutido com a equipe e que Geovani recebeu alta.
Cirurgia arriscada
A cirurgia era arriscada pois seria próxima da artéria aorta e da veia cava, duas das mais importantes do corpo humano. “Dias antes de receber a notícia que eu ia fazer a cirurgia falei para a minha esposa: que bom seria se o médico entrasse na sala e falasse que eu não precisaria fazer a cirurgia. Foi exatamente o que aconteceu, o médico entrou horas antes e deu uma notícia dessa. Foi tudo que eu queria, concretizou o que pedia no meu coração para Deus”, disse Geovani.
O principal medo do paciente era não conseguir ver o filho Isaac nascer. Ele e a esposa conseguiram engravidar no mês entre a cirurgia que identificou o tipo de câncer e o início da quimioterapia, já que depois do tratamento ele corria o risco de não conseguir mais ter filho.
Geovani recorda que ficou abalado quando soube de um amigo que teve um linfoma no pescoço e contou que pediu a Deus para nunca ter que enfrentar um câncer.
“Depois de tudo o que eu passei, penso que Deus deixa a gente passar por certas situações para mostrar que ele é Deus, independente do que vou passar. O que eu tinha mais medo passei, é algo surpreendente. Vou levar para a vida inteira, e isso aumenta a fé de qualquer um”, resumiu o marceneiro.