As explosões de dois homens-bomba sacudiram um movimentado mercado no centro de Bagdá (Iraque) na manhã desta quinta-feira (21), matando pelo menos 32 pessoas e ferindo outras 110, segundo autoridades e a mídia estatal.
As forças de segurança dizem que perseguiram os dois terroristas antes que eles provocassem as explosões. Este foi o primeiro ataque suicida a atingir Bagdá em quase dois anos.
Segundo relatos das autoridades e da mídia estatal, o primeiro terrorista entrou no mercado e, fingindo estar doente, pediu ajuda, fazendo com que as pessoas se reunissem ao seu redor para depois provocar a explosão. O segundo homem-bomba foi até o local em uma motocicleta antes de detonar seu colete explosivo.
Até o momento, nenhum grupo terrorista assumiu a responsabilidade pelo ataque, embora a ação tenha as marcas de grupos jihadistas sunitas, que já realizaram inúmeros ataques semelhantes no Iraque. Os bombardeios duplos eram comuns no país durante o auge da guerra sectária entre 2005 e 2007.
"Os atentados terroristas simultâneos contra os cidadãos seguros de Bagdá neste momento confirmam as tentativas e esforços de grupos obscuros para atingir as necessidades e aspirações nacionais do povo iraquiano por um futuro pacífico", disse o presidente iraquiano Barham Salih em um tweet.
"Estamos firmemente contra essas tentativas desonestas de desestabilizar nosso país", acrescentou.
Um comunicado da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá qualificou o ataque como "um ato repreensível de covardia que ressalta os perigos do terrorismo que milhões de iraquianos continuam enfrentando".
"Estendemos nossas condolências às famílias dessas vítimas e esperamos a rápida recuperação dos feridos", disse o comunicado da embaixada dos Estados Unidos na página do Facebook de Bagdá.
A Missão de Assistência das Nações Unidas para o Iraque (UNAMI) também condenou o atentado.
"Um ato tão desprezível não vai enfraquecer a marcha do Iraque em direção à estabilidade e prosperidade", disse a UNAMI em um comunicado em sua página no Facebook. "Nossas sinceras condolências às famílias dos falecidos e desejamos aos feridos uma rápida recuperação".
O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al-Kadhimi, teve uma reunião de emergência com altos oficiais de segurança na sede do Comando de Operações de Bagdá. Kadhimi, que é apoiado pelos EUA, também é o comandante-chefe das forças armadas iraquianas.
Apesar de ter visto uma redução na violência nos últimos anos, o Iraque continua a hospedar vários grupos insurgentes e terroristas.
Os grupos do Iraque apoiados pelo Irã foram acusados de montar ataques regularmente contra locais estratégicos, como a embaixada dos EUA, no ano passado, levando a tensões crescentes em um país que luta contra um surto de coronavírus e uma turbulência econômica.