O processo que investigava o pastor e o deputado Marco Feliciano (Pode-SP) por “crimes de estupro, lesões corporais, sequestro, cárcere privado, ameaça e corrupção de testemunha” foi arquivado por decisão do juiz da 4ª Vara Criminal de Brasília, Aimar Neres de Matos.
Em sua decisão, publicada na última quinta-feira (13), o juiz pediu para encerrar o caso “por não vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal”. As acusações surgiram em 2016 pela jornalista Patrícia Lélis, de 24 anos.
“Em toda a minha vida, eu ouvi dizer que a Justiça de Deus tarda, mas não falha. Hoje eu estou aqui para afirmar que ela não falha e também não tarda. Ela tem seu tempo, que é o tempo de Deus”, disse Feliciano no plenário da Câmara dos Deputados, em vídeo publicado em suas redes sociais nesta quinta (20).
“Deus está sempre do lado da verdade. O mal pode prevalecer por um tempo, mas o bem prevalece para sempre”, acrescentou o parlamentar.
Na época da denúncia, Lélis acusou Feliciano de tentativa de estupro em seu apartamento funcional, após convidá-la para uma suposta reunião com integrantes da juventude do PSC, seu partido na época. Ela também relatou à polícia que teria sido agredida pelo deputado e mantida em cárcere privado por seu chefe de gabinete, Talma Bauer.
Após o episódio, Lélis foi até a polícia de São Paulo para acusar Bauer de procurá-la para que ela fizesse uma gravação que inocentasse Feliciano. No entanto, vídeos divulgados na internet mostraram uma conversa amistosa entre Bauer e Patrícia no hall de um hotel, onde teriam acertado um pagamento no valor de R$ 50 mil.
Bauer confirmou à polícia ter dado dinheiro para Lélis, para que ela não levasse adiante a acusação contra o deputado. O delegado do caso, Luís Roberto Hellmeister, concluiu que Patrícia não foi submetida à cárcere privado.
Em 2017, a Justiça de São Paulo aceitou uma denúncia feita pelo Ministério Público acusando a jornalista de mentir e extorquir dinheiro de Bauer. Um laudo encomendado pela Justiça concluiu que a jovem sofria com isolamento social, cansaço e problemas de sono na época da denúncia.
Ainda está em andamento o processo, em que Lélis é acusada de falsa comunicação de crime e extorsão, segundo o jornal O Globo.