O líder da gangue que sequestrou 17 missionários no Haiti na semana passada ameaçou matar os reféns caso suas exigências de resgate não sejam atendidas.
“Eu juro que se não conseguir o que estou pedindo, vou colocar uma bala na cabeça desses americanos”, disse o chefe da gangue Wilson Joseph, em vídeo postado numa rede social nesta quinta-feira (21).
A gangue está pedindo um resgate de 1 milhão de dólares por pessoa, cerca de 95 milhões de reais no total, de acordo com o ministro da Justiça do Haiti, Liszt Quitel. Os sequestradores ligaram para a Christian Aid Ministries, a organização dos missionários, no sábado (16), exigindo o valor para a libertação do grupo.
No vídeo, Wilson Joseph também ameaçou o primeiro-ministro Ariel Henry e o chefe da polícia nacional do Haiti, ao lado de caixões abertos, possivelmente de membros de sua gangue que foram mortos recentemente.
“Vocês me fazem chorar. Eu choro água. Mas vou fazer vocês chorarem sangue”, disse o líder.
A Christian Aid Ministries, com sede nos Estados Unidos, deu uma entrevista coletiva antes do vídeo da gangue ser divulgado. Weston Showalter, porta-voz do grupo, disse que as famílias dos reféns são amish, menonitas e de outras comunidades anabatistas conservadoras nos estados americanos de Ohio, Michigan, Wisconsin, Tennessee, Pensilvânia, Oregon e Ontário, e também no Canadá.
O porta-voz leu uma carta de uma das famílias dos sequestrados, que dizia: “Deus deu aos nossos entes queridos a oportunidade única de cumprir a ordem de nosso Senhor de amar seus inimigos”.
O grupo missionário pediu oração pelos missionários raptados e suas famílias e também pela vida dos sequestradores. “Ore por essas famílias. Eles estão em uma situação difícil”, disse Showalter.
Após a ameaça do líder da gangue, a organização divulgou um comunicado afirmando que não comentaria sobre o vídeo.
Segundo a agência Reuters, a Casa Branca declarou que trabalhará para ajudar os missionários. "Faremos tudo o que pudermos para ajudar a resolver a situação", disse a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Entenda o caso
Os 17 missionários e suas famílias foram sequestrados por uma gangue em Porto Príncipe, no Haiti, neste sábado (16). De acordo com a Christian Aid Ministries, o sequestro aconteceu após o grupo deixar um orfanato situado a 30 km da capital haitiana.
Segundo a CNN Internacional, o grupo sequestrado é formado por cinco homens e sete mulheres, entre 18 a 48 anos, e cinco menores, entre 8 meses a 15 anos. Entre os cristãos, 16 são americanos e um é cadanense.
A polícia haitiana e o FBI estão orientando a organização missionária no caso e as negociações estão em andamento. Os agentes do FBI estão no Haiti, mas não lideram as investigações.