Uma mulher alemã que “caçava” nazistas recebeu, na última segunda-feira, 15, a cidadania israelense com título honorário por “sua contribuição ao povo judeu”, mesmo ela não sendo judia.
“É uma honra para mim atribuir-lhe a nacionalidade israelense”, declarou Arye Deri, ministro do Interior ao entregar seu documento de identidade em seu escritório. “A senhora é uma heroína que dedicou a vida ao povo judeu”, acrescentou.
De acordo com a agência de notícias AFP, Beate Klarsfeld relatou que se sentiu honrada com o título. “Como alemã, e não como judia, é uma honra para mim receber esta cidadania”, respondeu Klarsfeld ao ministro.
A alemã contou sobre seu orgulho de ser israelense, recordando seu compromisso a favor de Israel por mais de 50 anos. Beate tem 77 anos e é filha de um soldado de Wehrmarcht, o exército alemão. Serge Klarsfeld, seu esposo de 79 anos é judeu e filho de deportados. O casal criou a Associação de Filhos e Filhas de Deportados Judeus da França (FFDJF).
Este casamento teve um papel essencial para o julgamento de Klaus Barbie, o chefe da Gestapo na região de Lyon (França), durante a Segunda Guerra Mundial, assim como o de vários funcionários franceses que colaboraram com os nazistas, como René Bousquet, Paul Touvier, Jean Legua e Maurice Papon.
Em outubro passado, foram nomeados embaixadores honorários e enviados especiais da Unesco para o ensino da história do Holocausto e a prevenção do genocídio. Serge Klarsfeld e seu filho, o advogado Arno Klarsfeld, já tinham nacionalidade israelense.