O Brasil tem atravessado um momento difícil desde que escolhas políticas e administrativas equivocadas foram feitas, de acordo com uma análise do pastor e deputado federal Roberto de Lucena.
“Essa crise é profunda, mas é momentânea. O Brasil é maior do que todas as crises e dificuldades”, disse ele ao Guiame durante a abertura da 13ª Expo Cristã na última quinta-feira (17), na Zona Norte de São Paulo.
Em um momento onde a reforma política está em questão, Lucena acredita que o Congresso Nacional “não tem condições de propor a reforma política que o Brasil deseja”. Isso acontece devido ao surgimento de propostas prejudiciais à população, como o novo modelo eleitoral “distritão”.
O distritão é um sistema em que o eleitor vota apenas em candidatos e os mais votados são eleitos, independente do desempenho dos partidos. “Esse modelo acaba com a possibilidade de segmentos diversos da sociedade se fazerem representados”, explica.
Outra proposta considerada uma “aberração” por Lucena é o fundo eleitoral, que vincula o valor a ser gasto nas campanhas do ano que vem à receita líquida do governo federal. “Eu não consigo entender como, num momento de crise, o povo é chamado a pagar uma conta que já pagou várias vezes. Isso é uma verdadeira ofensa à sociedade, aos trabalhadores e mais de 13 milhões de desempregados”, avalia o deputado.
Além disso, Lucena criticou a contribuição compulsória dos brasileiros sobre o fundo partidário, onde os cidadãos financiam partidos com os quais não concordam. Diante deste cenário, o deputado propôs nesta semana mudanças nas iniciativas da comissão especial de Reforma Política.
“Primeiro, que os partidos sejam obrigados a serem transparentes e publicarem suas contas na internet. Também lutamos para que as doações aos partidos não sejam feitas de forma oculta, porque isso resultaria num ambiente de ilícitos gravemente cometidos. Não há como fazer uma reforma política sem que ela passe pela reforma dos partidos”, disse ele.
Lucena também apresentou uma proposta para acabar com o fundo partidário. “Estou defendendo que seja extinto e que os partidos sejam mantidos pela contribuição voluntária dos seus filiados e militantes de suas ideologias”, esclareceu.
Como pastor, Lucena acredita que o ambiente de poder é capaz de revela o caráter e potencializar o que as pessoas carregam. “Jesus disse para sermos sal e luz. Não adianta ser sal dentro de um saleiro, nem ser luz em meio a luz. O desafio para aqueles que pretendem desenvolver um ministério público é entender que estão principalmente diante de Deus — que conhece pensamentos, sentimentos e motivações”, ele afirmou.
“Há pessoas hoje que têm testemunhado com sua postura e fé em Deus. Não é difícil apenas na política; vemos pessoas caindo em todos os ambientes, até mesmo nos mais sagrados. Lúcifer caiu no céu e Adão caiu no paraíso. Mas é possível manter-se de cabeça erguida e comprometido com a missão que nos levou até lá”, concluiu.