ONU declara apoio a cantor que chamou Jesus de “travesti” em show

Johnny Hooker afirmou que “Jesus é travesti” no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em Pernambuco.

Fonte: GuiameAtualizado: quinta-feira, 2 de agosto de 2018 às 19:52
Cantor Johnny Hooker em participação no programa no Conversa com Bial. (Foto: Carol Caminha/Gshow)
Cantor Johnny Hooker em participação no programa no Conversa com Bial. (Foto: Carol Caminha/Gshow)

A Organização das Nações Unidas no Brasil‏ (ONU) declarou seu apoio ao cantor Johnny Hooker na quarta-feira (1), depois que o artista foi denunciado por afirmar que “Jesus é travesti em um show polêmico no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em Pernambuco.

“Usando a arte para sensibilizar a sociedade sobre os direitos das pessoas LGBTI, o cantor Johnny Hooker é Campeão da Igualdade da Campanha Livres e Iguais no Brasil”, disse a organização no Twitter, com uma foto do artista e a frase: “Em solidariedade a Johnny Hooker, contra os ataques de ódio e discriminação”.

Nesta quinta, o cantor agradeceu o apoio da ONU, declarando que ambos estão “juntos nessa caminhada”. Por outro lado, a maioria dos seguidores da organização questionaram a defesa do discurso do artista que, de acordo com a notícia-crime apresentada na Polícia Civil, ofende a fé cristã.

Johnny Hooker recebeu da ONU o título de campeão da igualdade da campanha “Livres & Iguais”, promovida pela organização em defesa dos direitos da comunidade LGBTI. A nomeação foi realizada no dia 17 de maio, na sede das Nações Unidas em Brasília.

No último sábado (28), o cantor se posicionou contra a proibição da peça com Jesus transexual no FIG e fez um discurso ofensivo em sua apresentação.

“E eu estou aqui hoje pra dizer pra vocês que Jesus é travesti, sim, Jesus é transexual, sim, Jesus é bicha, sim, p*! A arte é para o futuro. Esses fundamentalistas não vão passar. Pode vaiar a vontade. Enfia a vaia no c*”, disse o cantor no palco.

Na segunda-feira (30), o advogado Jethro Ferreira fez o comunicado do crime à Polícia Civil com base no artigo 20 da Lei Federal nº 7.716, que diz que quem “pratica, induz ou incita a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” está sujeito a uma pena de reclusão de um a três anos e multa.

“As pessoas que professam a fé cristã tem a pessoa de Jesus Cristo como uma pessoa do sexo masculino, heterossexual, segundo a Bíblia Sagrada, que é o livro que contém os ensinamentos cristãos. Qualquer afirmativa diferente desses dogmas é considerada uma ofensa à fé cristã”, disse Ferreira no documento.

O advogado solicitou que a polícia interrogue o cantor e que, caso ele não se apresente às autoridades, seja decretada a prisão preventiva do artista.

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