Johnny Hooker é denunciado após dizer que “Jesus é travesti” em show polêmico

O transformista Johnny Hooker afirmou que Jesus é bicha em defesa de uma peça que apresenta Jesus transexual.

Fonte: Guiame, com informações do GloboAtualizado: quarta-feira, 1 de agosto de 2018 às 13:37
O cantor Johnny Hooker chamou Jesus de travesti em show polêmico, em Pernambuco. (Foto: Reprodução)
O cantor Johnny Hooker chamou Jesus de travesti em show polêmico, em Pernambuco. (Foto: Reprodução)

O cantor e transformista Johnny Hooker afirmou que “Jesus é travesti” em um show polêmico no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em Pernambuco, no último sábado (28). Diante de sua declaração, o discurso foi apresentado na Polícia Civil por ser considerado uma ofensa à fé cristã.

Na apresentação, o artista se posicionou contra a proibição da peça com Jesus transexual no FIG, que enfrentou uma longa batalha jurídica para tentar fazer parte da programação do festival. Desde então, o discurso ofensivo do cantor vem movimentando as redes sociais.

“E eu estou aqui hoje pra dizer pra vocês que Jesus é travesti, sim, Jesus é transexual, sim, Jesus é bicha, sim, p*! A arte é para o futuro. Esses fundamentalistas não vão passar. Pode vaiar a vontade. Enfia a vaia no c*”, disse o cantor no palco.

Na segunda-feira (30), o advogado Jethro Ferreira fez o comunicado do crime à Polícia Civil com base no artigo 20 da Lei Federal nº 7.716, que diz que quem “pratica, induz ou incita a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” está sujeito a uma pena de reclusão de um a três anos e multa.

“As pessoas que professam a fé cristã tem a pessoa de Jesus Cristo como uma pessoa do sexo masculino, heterossexual, segundo a Bíblia Sagrada, que é o livro que contém os ensinamentos cristãos. Qualquer afirmativa diferente desses dogmas é considerada uma ofensa à fé cristã”, disse Ferreira no documento.

A notícia-crime também apresenta o artigo 280 do Código Penal, que afirma que “escarnecer de alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa, impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso, vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” pode resultar uma detenção de um mês a um ano ou multa.

Segundo o jornal O Globo, para o advogado não há dúvidas que Johnny Hooker praticou as infrações listadas na queixa criminal. Ele ainda pede a instauração de um inquérito policial, um delegado especial para prosseguir com o caso e a realização de perícia dos materiais audiovisuais do show existentes na internet.


A atriz transexual Renata Carvalho apresenta um monólogo no qual interpreta Jesus como mulher. (Foto: Divulgação)

O advogado solicitou que a polícia interrogue o cantor e que, caso ele não se apresente às autoridades, seja decretada a prisão preventiva do artista. O documento ainda pede que a polícia ouça como testemunha três autoridades religiosas do estado e a cantora Daniela Mercury, que também apoiou a peça com Jesus travesti e fez um discurso polêmico no festival.

Repercussão

Johnny Hooker usou o Twitter no domingo (29) para comentar a repercussão de seu discurso após a apresentação. “O que me deixa mais absolutamente estarrecido nessa história é a quantidade de gente que acha que travesti não é gente, ser humano igual a eles. O mundo é muito sombrio e a humanidade vive nas trevas mesmo. Não passarão”.

Por outro lado, o artista foi repudiado até mesmo pelo prefeito Izaías Régis (PTB), que disse que o evento acabou se tornando um "festival do inferno" em vez do "inverno".

“Como prefeito da cidade, venho aqui em defesa dos cristãos de Garanhuns. Nós presenciamos e ouvimos cenas de horrores, que não poderiam acontecer num festival que traz para nós um ensinamento da coisa mais bonita do mundo, que é a cultura”, declarou.

O discurso de Johnny Hooker foi em defesa da peça "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu", protagonizado pela atriz transexual Renata Carvalho. O espetáculo foi proibido de ser apresentado no festival pernambucano por ordem do prefeito Izaías Régis, após proibições em cidades como Jundiaí (SP), Salvador (BA), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).

“Não tenho nada contra pessoas trans e LGBT, não sou homofóbico, mas o limite de respeito tem que existir, não pode incentivar crianças e adolescentes”, disse o prefeito ao portal Leiajá. “A família cristã de Garanhuns pede a mim que não permita a peça no Centro Cultural, e não vou permitir”.

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