Pastor americano preso há quase 20 anos na China é libertado e reencontra família

David Lin ajudava igrejas domésticas clandestinas no país comunista e foi sentenciado à prisão perpétua, após ser acusado injustamente de fraude.

Fonte: Guiame, com informações de BBC e The Christian PostAtualizado: segunda-feira, 16 de setembro de 2024 às 19:09
David Lin ajudava igrejas domésticas clandestinas na China. (Foto: Free Pastor Lin).
David Lin ajudava igrejas domésticas clandestinas na China. (Foto: Free Pastor Lin).

Um pastor americano que estava preso injustamente há quase 20 anos na China foi libertado e retornou para sua família nos Estados Unidos.

A notícia foi dada pelo Departamento de Estado neste domingo (15). “Saudamos a libertação de David Lin da prisão na República Popular da China. Agora pode ver sua família pela primeira vez em quase 20 anos", afirmou o Departamento, conforme o jornal o Politico.

"Nenhuma palavra pode expressar a alegria que temos – temos muito tempo para compensar", disse Alice Lin, filha do pastor de 68 anos, em entrevista ao Politico.

Sentenciado à prisão perpétua

Em 2006, David Lin estava em Pequim para plantar um centro de treinamento cristão, quando foi interrogado pelas autoridades chinesas pela primeira vez.

Mais tarde, o pastor foi acusado de fraude e preso no país comunista. Em dezembro de 2009, Lin foi sentenciado à prisão perpétua.

O líder americano perdeu acontecimentos importantes da família enquanto esteve na prisão, como o casamento de sua filha e o nascimento de seu neto.

Igrejas clandestinas na China

Lin apoiava ativamente o movimento de igrejas domésticas clandestinas na China. Segundo a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional, o movimento "há muito enfrenta hostilidade das autoridades chinesas" e os participantes podem sofrer "intimidação, assédio, prisão e sentenças severas".

Em uma entrevista ao programa de rádio Washington Watch em 2019, Alice contou que o pai sentiu que Deus havia lhe enviado para o campo missionário da prisão.

A filha ainda revelou que Lin afirmou que o governo chinês falsificou documentos e o pressionou para assinar uma confissão. O pastor se recusou a assinar porque, de acordo com ele, "não fez nada de errado".

Campo missionário na prisão

"O que sabemos é que ele estava na China porque tinha esse enorme fardo para os sem-igreja na China. Ele teve a visão de construir uma igreja e um centro de treinamento cristão", afirmou Alice. 

"Em sua última mensagem para nós como um homem livre, ele nos disse: 'Não se preocupe, Deus sabe o que está fazendo. É o desejo de Deus que eu esteja aqui. Há muitas pessoas lá dentro que precisam ouvir a Palavra de Deus. Por favor, não se preocupe, mas apenas ore por mim. Estarei de volta aos EUA em breve. Isso foi há 10 anos”.

A libertação de David Lin aconteceu semanas depois que o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, se encontrou com o ministro das Relações Exteriores da China em Pequim. É provável que o governo americano tenha negociado a liberdade do pastor.

"Eu sei que Jake Sullivan levantou o caso do meu pai", comentou Alice, ao Politico.

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