Pela primeira vez em 47 anos, a Globo exibiu o primeiro beijo gay em uma novela das seis nesta quarta-feira (12). Os personagens Luccino (Juliano Laham) e Capitão Otávio (Pedro Henrique Müller) da novela “Orgulho e Paixão” protagonizaram um romance homossexual.
Na cena, Luccino e Otávio conversavam sobre o futuro de seu relacionamento. Depois de uma sequência de frases românticas, o personagem de Laham puxou o rosto de Otávio e o beijou pela primeira vez.
Para os atores Laham e Müller, a cena do beijo gay na televisão pode “reeducar as pessoas” em relação à aceitação da homossexualidade como uma prática comum.
“Esse marco (beijo) no romance dos dois personagens foi o melhor que podia ter acontecido pro casal. Espero que com cenas de amor como essa a gente consiga mudar ou quem sabe até reeducar as pessoas no quesito respeito ao próximo. É só amor”, escreveu Laham no Instagram.
“Torço pelo dia em que vamos comemorar apenas mais um casal na novela. E que o beijo seja apenas mais um beijo. Por enquanto esse beijo é mais que necessário!”, acrescentou o ator.
Histórico
A primeira cena de beijo gay foi mostrada pela Globo em 2013, protagonizada por Mateus Solano e Thiago Fragoso na novela “Amor à Vida”, exibida na faixa das 21h. Depois, a cena se repetiu em tramas como Em Família (2014), Império (2014), Babilônia (2015), Verdades Secretas (2015), O Outro Lado do Paraíso (2017) e Malhação - Viva a Diferença (2017).
A psicóloga Marisa Lobo esclarece que o beijo gay não é um crime, mas sim um tabu. Como não é juridicamente possível evitar cena como essas na televisão brasileira, a especialista aconselha as famílias a fazerem um filtro na programação exibida em seus lares.
“Você pode protestar sim: Não dando ibope. A emissora sabe pelos números que os evangélicos criticam, mas dão uma espiadinha. Ninguém é obrigado a assistir, então mude de canal. O poder está em suas mãos”, disse ela no Twitter.
“Enquanto a Globo achar que pode escarnecer do seu grande público porque este aceita tudo, ela vai enfiar goela abaixo todo lixo que quiser”, Marisa Lobo acrescentou.