O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, disse que vai enviar ao Congresso "o quanto antes" um projeto de lei para a legalização do aborto no país.
"Não depende apenas de mim, mas sou um ativista para acabar com a criminalização do aborto", disse ele em uma entrevista ao diário Pagina/12 no domingo (17).
Ele disse que gostaria que o debate sobre o aborto “não fosse uma disputa entre progressistas e conservadores, entre revolucionários e retrógrados”.
O futuro presidente disse ser "um defensor de dar fim à criminalização do abordo" e garantiu que enviará um projeto de lei ao Congresso assim que assumir o governo, em 10 de dezembro, sem esclarecer se vai procurar apenas descriminalizar ou legalizar a prática, como pedem os movimentos de mulheres.
Apoiado por Cristina Kirchner, peronista conseguiu vencer 1º turno. Ele afirma que o aborto se trata de uma questão de saúde pública e deve ser resolvido sob este aspecto.
“Quando alguém descriminaliza e legaliza o aborto, isso não o torna obrigatório. Portanto, se a pessoa continua a ter a convicção de que Deus não permite, ela que não faça isso. E nós a respeitamos”, disse.
A lei argentina permite o aborto no caso de estupro, quando a mãe é deficiente mental ou se houver risco sério para sua saúde. A pena prevista para qualquer outro motivo é de até quatro anos de prisão.