Um professor da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, sugeriu no último domingo (10) que os evangélicos sejam mortos a tiros. Sua declaração foi feita no Twitter depois que Evo Morales renunciou ao cargo de presidente da Bolívia, após uma escalada nas tensões no país.
“Claro que prefiro a paz, mas, neste contexto concreto na Bolívia, torço ferrenhamente para que forças da resistência peguem em armas e matem a tiros os fascistas e evangélicos que tentam destruir o país. Fascistas não têm direito a vida”, disse Pedro Aguiar, professor de Jornalismo no Instituto de Arte e Comunicação Social da UFF.
Print pro caso do digníssimo apagar o twitt. Honra e qualidade dos professores da @uff_br pic.twitter.com/WwOkli1sid
— UFF Livre Campos dos Goytacazes (@LivreUff) 11 de novembro de 2019
As declarações de Aguiar foram denunciadas nas redes sociais por alunos do movimento estudantil “UFF Livre Campos dos Goytacazes”, que pediram ajuda de advogados para fazer uma manifestação no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério Público Federal (MPF) contra o professor “que incentivou o genocídio de evangélicos”.
Em resposta, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse: “O Arthur já está vendo”. O ministro fez referência a seu irmão, Arthur Weintraub, professor de Direito da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e assessor especial do presidente Jair Bolsonaro.
Com a repercussão negativa de sua declaração, Aguiar retirou do ar seu perfil no Twitter.
“Tem uma legião de babacas tentando me vexar e intimidar, marcando a UFF e Ministério Público, com o objetivo de DEFENDER FASCISTAS. Vocês é que estão se enrolando com a lei. Fascistas têm que morrer, sim. O que eu defendo não é nada além do que o Tribunal de Nurembergue fez”, disse o professor em um post na segunda-feira (11).
O Tribunal de Nuremberg, citado pelo professor, julgou o alto escalão nazista por crimes de guerra e contra a humanidade durante a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, foram executadas dez penas de morte contra representantes do regime nazista.
Os alunos do UFF Livre informaram na segunda que a representação no MPF contra Pedro Aguiar foi realizada. “Apesar do ministro ter comentando que o @ArthurWeint já estava agindo, achamos que não custava nada uma dor de cabeça a mais para o cidadão”, disseram no Twitter.
Mais uma vez, o post dos alunos recebeu o apoio de Abraham Weintraub: “Fizeram bem!”, disse o ministro.
Acabamos de fazer a representação no MPF contra o tal Pedro Aguiar. Apesar do ministro ter comentando que o @ArthurWeint já estava agindo, achamos que não custava nada uma dor de cabeça a mais para o cidadão.
— UFF Livre Campos dos Goytacazes (@LivreUff) 12 de novembro de 2019