Aos 19 anos, o judeu Lorde Weidenfeld escapou da perseguição nazista na Áustria, e encontrou refúgio no lar de uma família de evangélicos em Londres. Hoje, aos 96 anos, ele encontrou uma forma de retribuir esse amor auxiliando cristãos ameaçados por fundamentalistas islâmicos no Oriente Médio.
Weidenfeld é o criador da operação Safe Havens (Refúgio Seguro, em tradução literal), que ajuda cristãos refugiados a se realocarem na Europa. O projeto tem o apoio de outros colaboradores judeus e já contribuiu com a retirada de 50 famílias sírias, que foram levadas à Polônia.
"Quando eu ouvi o que estava sendo feito a cristãos [na Síria] achei que a ajuda que estava dando a eles era insuficente. Então, pensei que eu deveria fazer alguma coisa", disse ele, em entrevista ao programa Hard Talk, da BBC. "Devido a minha experiência em ter sido ajudado por cristãos, me senti pessoalmente obrigado a ajudar os cristãos da minha maneira modesta".
Weidenfeld foi recebido por uma família evangélica de funcionários públicos em 1938, depois que a Áustria foi anexada pela Alemanha nazista. Anos mais tarde, em 1949, ele fundou a editora Weidenfeld and Nicolson, uma das mais conhecidas na Grã-Bretanha.
O empresário tem sido criticado por não oferecer a mesma ajuda para muçulmanos que também enfrentam risco de grupos extremistas. No entanto, ele explica que a situação enfrentada por cristãos é "injusta e eles não têm apoio suficiente". Já muçulmanos têm "áreas seguras próximas, estão sendo ajudados logisticamente e uma grande quantidade de dinheiro está sendo oferecida".
Alvo de críticas, na visão do judeu, deve ser o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, quanto à atuação no Oriente Médio. "Eu o responsabilizo pelo o que está acontencendo hoje", disse ele.
"A liderança americana não está lá... Obama não tem talento ou conhecimento de assuntos internacionais. Ele pode ser bom para assuntos internos, mas não tem talento ou conhecimento de assuntos internacionais. Ele é inocente", continuou.