Matusalém é considerado o homem mais velho registrado pela Bíblia, atingindo a idade estimada de 969 anos. Sendo assim, uma palmeira que brotou de uma semente de 2.000 anos de idade, no Instituto Arava, ao sul de Israel, acabou sendo carinhosamente 'apelidada' com o nome do personagem bíblico.
A Dra. Elaine Solowey, diretora do Centro de Agricultura Sustentável no Instituto de Estudos Ambientais de Arava (AIES) e especialista em culturas apropriadas para terras áridas, era muito cética sobre a possibilidade de usar sementes tão antigas para produzir algo viável, como neste caso.
Com apenas seis sementes, recuperadas pelo pesquisador do Centro de Medicina Natural da Organização Hadassah, Louis L. Borick na década de 1960, Elaine partiu para cultivar uma Tamareira da Judéia. Embora nativa de Israel e da área ao seu redor, a Tamareira da Judéia é uma espécie que não tinha sido visto lá por há mais de 1.000 anos.
Sete anos atrás, uma palmeira brotou de uma dessas sementes antigas, deixando muitos maravilhados com o que foi citado como uma façanha "botanicamente impossível".
"Tornou-se uma grande atração aqui no instituto", disse o Diretor Executivo do AIES, David Lehrer, sobre a Matusalém, agora madura, no Kibutz Ketura. Lehrer explicou que o sonho do AIES é reintroduzir a tamareira da Judéia no Estado de Israel como uma planta valiosa por suas propriedades medicinais únicas.
Esta iniciativa, e outros projectos agrícolas do AIES são possíveis graças à parceria do instituto com o Fundo Nacional Judeu (JNF). Juntos, o JNF e o AIES estão voltando as atenções do mundo todo para o conhecimento e a pesquisa que sai do deserto de Negueb, com foco nas áreas de conservação de ambientes hiper-áridos, da natureza e da gestão da água.
Matusalém é realmente parte de um projeto maior, organizado pela Solowey, e com este sucesso que a organização planeja criar um centro para o estudo das sementes antigas, extintas ou em vias de extinção.
"Queremos ter certeza de que espécies de plantas ameaçadas não desaparecerão por completo da paisagem de Israel", disse Lehrer.
"Estamos à procura de bons usos para plantas nativas que estão sob ameaça de extinção", acrescentou, enfatizando as qualidades medicinais das plantas.
É oportuno destacar que o 'renascimento' da palmeira Matusalém, aconteceu no feriado judaico de 'Tu BiShvat', Ano Novo em Israel, que foi comemorado em 24 de janeiro. Além do fato de que as árvores são uma das "sete espécies" que são habitualmente consumidas neste feriado, a história da 'Matusalém moderna' oferece uma oportunidade para se reconectar com a natureza de uma forma consciente e criativa.
"Em alguns aspectos, a natureza está sob ameaça", disse Lehrer. "É importante que os seres humanos lembrem que o nosso papel neste mundo é continuar a nutrir a natureza e 'cuidar do nosso grande jardim'. A Bíblia nos diz que se nós o arruinarmos, não haverá ninguém que possa consertar isso nas gerações futuras".