A cada dia que passa, o governo do Talibã no Afeganistão tem tirado os direitos das mulheres. Nesta semana, elas foram proibidas de “aparecer em produções de TV”. O conjunto de novas diretrizes para a mídia inclui a proibição de filmes considerados inapropriados aos princípios da Sharia (lei islâmica).
Todas as mulheres — adultas, jovens ou crianças — devem obedecer a ordem de ficar em casa, desde o início de agosto, quando o grupo terrorista retomou o poder no país. Isso significa que “metade da população afegã está sem acesso à educação”, conforme notícias do G1.
Os líderes do Talibã se defendem dizendo que “as medidas são temporárias” e, com isso, tentam manter os relacionamentos internacionais. Além da situação das mulheres, a ONU pressiona o Talibã por uma ação urgente para que o sistema econômico não entre em colapso, o que pode acontecer em apenas alguns meses.
Sobre a programação televisiva
Desde setembro, quando o Talibã fechou o Ministério da Mulher e o substituiu pelo “Ministério da Prevenção ao Vício e Defesa da Virtude”, conforme notícias da Uol, as estações de TV afegãs foram avisadas para não transmitir mais séries e novelas com a participação de mulheres.
Ou seja, toda programação onde as mulheres são protagonistas deve ser censurada. “Estas não são regras, mas orientações religiosas”, disse o porta-voz do ministério, Hakif Mohajir, citado pela France-Presse.
Na ocasião, houve muitas manifestações em Cabul e os jornalistas que cobriam os protestos foram presos. Uma das manifestantes disse: “As mulheres afegãs querem que seu país seja livre. Querem a reconstrução do país. Estamos cansadas”, declarou à AFP Sarah Fahim, que participou de outro protesto diante da embaixada do Paquistão, país muito próximo ao Talibã.
Houve manifestação também nas redes sociais. “Ninguém ouve as nossas mulheres”, disse uma internauta no Twitter, enquanto outra questionou: “O que mais podemos esperar destes animais?”.
Porém, além de proibir as mulheres de estudar e de aparecer em programas de TV, os terroristas islâmicos também não permitiram que a maioria das mulheres voltasse ao trabalho. Também não há mais mulheres entre os ministros do governo.