A empresa de serviços online Yahoo é a mais recente entre as gigantes americanas a abandonar o mercado chinês. O motivo se deu devido à pressão e censura de conteúdos considerados “politicamente sensíveis” pelo regime comunista.
A empresa anunciou a retirada de suas plataformas de internet na terça-feira (02) e disse que não estarão mais acessíveis na China continental. O serviço de e-mails já estava indisponível no país há alguns anos.
Essa decisão ocorre em meio a uma disputa entre os Estados Unidos e a China em torno de questões de tecnologia e comércio.
Empresas que estão se desligando da China
Em meados de outubro, a Microsoft suspendeu a versão chinesa da rede social Linkedin, ao se queixar, entre outras coisas, de exigências regulatórias mais altas.
Os serviços do Google não estão disponíveis na China já há um bom tempo, enquanto o Facebook segue bloqueado no país.
As plataformas online que operam em solo chinês são obrigadas a fornecer dados de seus usuários às autoridades sempre que forem solicitadas a fazê-lo.
Comunismo: controle, repressão e invasão de privacidade
Cada vez mais as autoridades chinesas estão controlando dados de usuários. Os chineses preencheram o vácuo deixado pelas empresas americanas com a criação de uma internet alternativa e de suas próprias gigantes da tecnologia.
O Google e o Yahoo foram substituídos pela ferramenta de buscas Baidu. Ao invés de Facebook e Twitter, as principais redes sociais na China são o WeChat e o Weibo.
O fato de as empresas americanas abandonarem o mercado chinês demonstra as escolhas que a empresas de internet têm de tomar em relação a um mercado gigantesco, onde o governo censura conteúdos considerados sensíveis politicamente, inapropriados ou simplesmente proibidos, como referências ao massacre da Praça da Paz Celestial, ocorrido em Pequim, em 1989.
A decisão do Yahoo coincidiu com a implementação da Lei de Proteção de Informações Pessoais, que limita a quantidade de dados que as empresas podem coletar e estabelece os padrões para o armazenamento.
O Yahoo, em seu comunicado, afirma que "permanece comprometido com os direitos dos usuários e com uma internet livre e aberta”.
Conteúdos cristãos são proibidos na China
Vários aplicativos de Bíblia já foram removidos da App Store na China, enquanto as Bíblias impressas não estão disponíveis para venda online. Aqueles que desejam baixar aplicativos da Bíblia precisam usar VPN para contornar o Firewall.
Para as livrarias pertencentes às Igrejas Three-self, sancionadas pelo Estado, eles estão vendendo cada vez mais livros que promovem os pensamentos do presidente Xi Jinping ou a ideologia do Partido Comunista Chinês (PCC). Até mesmo as contas no WeChat estão se transformando em canais de propaganda para o partido comunista.
Cada vez mais, os chineses estão sendo reprimidos e impedidos de compartilhar o Evangelho de Cristo. Muitos estão sendo perseguidos e sendo punidos por “desobedecerem” o sistema.