Viciado sobrevive a overdose após clamar a Deus: "Não quero morrer sem te conhecer"

Nem mesmo os abusos sexuais sofridos na infância ou as drogas foram suficiente para impedir que os propósitos de Deus fossem cumpridos na vida de Roberto Fernandes.

Fonte: Guiame, com informações da UltimatoAtualizado: quarta-feira, 10 de maio de 2017 às 18:53
Roberto Fernandes. (Imagem: Youtube)
Roberto Fernandes. (Imagem: Youtube)

Quem vê Roberto Fernandes hoje pregando e evangelizando em Burkina Faso (África), talvez não imagine o que se passou na vida deste homem. Já na infância, por volta dos seis anos de idade, ele se viu muito confuso pela estado de profunda depressão no qual seu pai se encontrava.

"Um dia eu entrei no quarto do meu pai e o vi sentado na cama, chorando. Antes, ele havia dito para minha mãe que ele não tinha mais vontade de viver; estava com depressão. Naquela época, há 20 anos, a doença era um tabu", explicou.

A depressão acabou levando o pai de Roberto a abandonar seu emprego - o que deixou sua família em uma situação financeira muito crítica.

"Meu pai parou de trabalhar, perdemos nossa casa e eu tive que ir morar com outras pessoas", contou.

Foi então que começaram a sequência de abusos sexuais, praticados por um "amigo da família" contra o então garoto de apenas seis anos.

"Nesse período, um amigo da família, que sempre ia nos visitar, começou a me dar presentes – tudo o que uma criança normal de seis anos gostaria de ganhar. Mas em troca dos presentes, ele começou a abusar sexualmente de mim, durante meus seis até os sete anos de idade", relatou.

Os traumas gerados pela sequência de abusos acabaram gerando grande revolta em Roberto e na adolescência, ele acabou se envolvendo com drogas e uma vida de criminalidade.

"Na adolescência, me revoltei, entrei para o mundo das drogas e comecei a praticar pequenos furtos", contou.

Roberto acabou se apaixonando por uma moça, mas reagindo a uma desilusão amorosa com ela, o rapaz acabou se fundando ainda mais nas drogas e isso quase o levou à morte.

"Mas no dia em que decidi falar com ela, a encontrei aos beijos com um outro cara. Eu tinha dado um meu coração para alguém que pegou, amassou e jogou na lata de lixo", contou.

"Eu busquei refúgio nas drogas de novo e passei uma semana consumindo drogas, até ter uma overdose", acrescentou.

Aquela experiência foi impactante para Roberto. Ainda sob forte efeito das drogas, ele acabou revendo sua vida e se lembrou de uma frase marcante que uma vez lhe disseram no passado, sobre "Deus ter um plano para ele".

"Foi quando passou um filme com todas as lembranças da minha vida e recordei do que uma amiga da minha mãe me disse certa vez: 'Roberto, Deus tem um plano para sua vida", relatou.

As lembranças levaram Roberto a se quebrantar e buscar a Deus, em oração.

"Eu orei para um Deus que até então eu nem conhecia. Disse: 'Deus, se tu existe, não deixes que eu morra sem antes te conhecer'. Naquele dia, uma mão me livrou da morte", relatou.


Vida ministerial
Após ter sua vida restaurada por Cristo e se recuperar de seu vício nas drogas, Roberto passou a evangelizar dependentes químicos e traficantes no Rio de Janeiro.

Após concluir um curso na Missão Antioquia, o missionário se mudou para Burquina Faso (África), onde instalou o Centro de Assistência e Formação Integral (Cafi), que conta com um orfanato para 40 meninos.

Quando o Centro foi inaugurado, havia mais de 2 milhões de meninos sendo submetidos ao trabalho escravo no país. Eram os chamados "meninos Garubous".

Roberto contou que os Gaburous são garotos entregues pelas famílias para aprender o Alcorão e forçados a pedir esmolas nas ruas.

Hoje, o missionário está casado com Simone e continua usando sua profissão de fotógrafo e videomaker para oferecer cursos profissionalizantes a jovens locais.

Ele também trabalha em tribos não alcançadas, evangelizando e coordenando o programa de tradução da Bíblia para o povo Samblá (etnia local).

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