Léo Fonseca fala sobre adoração: "Deus não revela o profundo para pessoas rasas"

Em entrevista exclusiva ao Guiame, o cantor falou sobre o início de sua trajetória como tecladista e back vocal do cantor Chris Duran, o conteúdo de seu livro, e a preparação de seu CD.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: quinta-feira, 12 de novembro de 2015 às 17:49
Léo Fonseca durante entrevista exclusiva ao Guiame. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
Léo Fonseca durante entrevista exclusiva ao Guiame. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
Léo Fonseca tem uma feição jovem, mas reflete em seus projetos a fase de grande maturidade que têm vivido.
 
O CD Amor Real, lançado em agosto pela Sony Music, é um deles. O outro é o livro "Adoração com Propósito", que junto com o álbum, tem o objetivo de alinhar os homens ao coração de Deus.
 
Em entrevista exclusiva ao Guiame, o cantor falou sobre o início de sua trajetória como tecladista e back vocal do cantor Chris Duran, o conteúdo de seu livro, e a preparação de seu CD. Confira!
 
Guiame: Antes de iniciar a trajetória solo você já fez parte de outros ministérios de louvor. Qual foi a importância dessas experiências?
 
Léo: Foi realmente muito precioso. Eu caminhei junto com um ministério chamado Ouvir e Crer, de Goiânia, que não explodiu nacionalmente, mas foi uma escola para mim. Foi a partir desse ministério que eu comecei a compor as minhas primeiras canções. Depois desse período, eu comecei a caminhar com o Chris Duran. Ele abriu portas para mim no sentido de agendas.
 
O Chris Duran sabia que estava chegando o momento de eu gravar o meu primeiro CD. Eu era tecladista e back vocal dele, então por onde eu ia, ele já deixava uma porta aberta para mim. Eu comecei a ministrar com ele não somente tocando, mas quando ele ia orar com as pessoas eu tinha a oportunidade de cantar as canções que o Senhor já tinha me dado. Uma delas é a canção do meu primeiro álbum. A influência dos dois me ajudou muito para que eu pudesse chegar onde eu estou.
 
Léo Fonseca durante entrevista exclusiva ao Guiame. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
 
Guiame: Como você disse, você foi tecladista e back vocal do Chris Duran. Em uma entrevista recente, ele mostrou que encara com seriedade seu papel como ministro de louvor, dizendo que "não entrou no ramo gospel atrás de fama". Você acredita que o apego à fama é uma luta que todos os ministros de louvor tem que lidar e superar?
 
Léo: Com certeza. O pastor Chris Duran, para mim, é o maior exemplo de artista — digo artista porque a música é uma arte, mas ele não gosta desse termo por já ter sido um artista secular. No auge do sucesso dele, ele abriu mão de tudo porque teve um encontro real com Deus. Por causa desse encontro, ele quis fazer exatamente o caminho oposto.
 
Eu vejo isso também com um outro grande homem de Deus, que é o Rodolfo Abrantes. Ele conta que ficou feliz no dia em que uma criança olhou para ele no supermercado e disse: "Mamãe, olhe ali, é o cara da igreja". Então ele pensou: "Nossa, Deus já está mudando a minha referência" — ao invés de ser o cara do Raimundos, ele foi reconhecido por ser o cara da igreja.
 
O Chris Duran também luta nessa questão de referência. Ele não quer ser conhecido como aquela pessoa famosa do passado, mas sim como um ministro. Aprendendo isso com ele, trazendo para o meu contexto como ministro de louvor, eu guardei isso no meu coração.
 
A nossa carne é fraca e nós somos muito tendenciosos. Quando nós vemos uma proposta, às vezes é financeira e vai te trazer conforto, glamour, vai te projetar para a fama — não que seja errado você ser projetado para a fama, as mídias sociais de certa forma são para a projeção do ministério — mas devemos saber como eu lido com tudo isso. Preciso saber lidar com a fama, os fãs, os autógrafos, com as pessoas que chegam para tirar uma foto.
 
O CD Amor Real e o livro Adoração com Propósito foram lançados este ano pelo cantor. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
 
Eu sou uma pessoa muito acessível, então eu também não sou do lado extremo ao ponto de não tirar foto com ninguém e não dar autógrafos para ninguém. Eu, pessoalmente, não creio que Deus me chamou para ser um ministro onde as pessoas vão começar a me ver como uma referência e eu desprezar esse carinho.
 
Mas precisamos discernir até que ponto a pessoa está vendo você como uma referência ou está te idolatrando. Quando entra a idolatria, é onde Deus realmente não aceita, porque Ele não divide sua glória com ninguém. É uma questão muito delicada e que precisa ter um equilíbrio.
 
Guiame: Fale um pouco sobre o livro "Adoração com Propósito".

Léo: O livro foi lançado no mês de outubro. São onze capítulos que relatam testemunhos ao longo dos anos em seu ministério e as reflexões daquilo que ele aprendeu. 
 
Esse livro fala sobre você guardar o coração, ter um relacionamento íntimo com o Pai e não aceitar qualquer proposta para que você não se corrompa no meio do caminho, para que você não venha deixar o propósito verdadeiro de Deus por propostas feitas pelos homens.
 
Mas quando chegar as propostas na sua vida, você sondar o coração de Deus para saber se a proposta está dentro do propósito, porque se ela estiver fora, não vale a pena. Nós só seremos realizados e completos de estivermos no centro da vontade de Deus.
 

Léo folheando as páginas do livro Adoração com Propósito durante entrevista. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
 
Guiame: Ao ouvir o CD Amor Real, é possível perceber que as composições e arranjos seguem uma linha mais de adoração, muito parecida com a de grupos internacionais. Há alguma referência?
 
Léo: Quando a gente começa a ouvir muito as pessoas que você tem como referência, a sua maneira de compor acaba tendo uma alterada, porque você vai seguindo uma linha. Esse CD, especialmente, vejo que tem mais influência da gringa do que os outros dois. 
 
Esse CD não tem versão, a maioria das músicas do repertório são minhas, e outras são minhas com o produtor. O repertório estava tão bom que eu achei que nesse CD não valeria a pena colocar uma versão, e eu valorizei o nosso próprio trabalho, mas com influência lá de fora.
 
Guiame: Quais são as suas expectativas em relação ao impacto que o CD pode ter na vida das pessoas?
 
Léo: Esse ano Deus me deu a oportunidade de ter três filhos. O meu primogênito João Gabriel, que nasceu agora no mês de agosto, e esses dois filhos ministeriais que são o CD e o livro. Eu creio que eles vieram em um tempo novo para mim.  
 
Os meus dois primeiros CDs eu gravei solteiro. O livro e o novo CD veio já nesse tempo de casado — porque eu fiquei sem gravar por três anos, apenas ouvindo a Deus. Eu não queria gravar, por gravar, mais um CD gospel. Para o mercado eu estava atrasado, mas eu esperei realmente o tempo de Deus para a minha vida.
 
Léo Fonseca durante entrevista exclusiva ao Guiame. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
 
Quem adquirir o meu livro e o meu CD vão entender, pelo conteúdo, que são verdades que Deus ministrou no meu coração, e que eu consegui transmitir. São duas coisas distintas que trazem praticamente a mesma mensagem. Tanto o CD Amor Real como o livro Adoração com Propósito estão trazendo um alinhamento do coração do homem ao coração de Deus.
 
São projetos totalmente "cristocêntricos", trazendo realmente Jesus para o centro, porque eu creio que o Evangelho da cruz e da renúncia realmente existem. Não tenho nada contra a música de auto ajuda, a música de milagres, porque são canções lindas, mas Deus tem me levado para uma visão de levar a igreja a se conectar com Ele e reconhecer Sua Soberania.
 
Deus não revela o profundo para pessoas rasas. Então se nós queremos o profundo de Deus, precisamos mergulhar em suas profundezas. E como fazer isso? Tem algumas ferramentas: a meditação da Palavra, a adoração, a busca insaciável. Deus quer revelar o coração Dele ao nosso coração à medida que nós queremos, porque com a medida que nós medirmos, também seremos medidos.

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