Brasil pode se tornar 4º em ranking de juros reais após Copom, diz consultoria

Brasil pode se tornar 4º em ranking de juros reais após Copom, diz consultoria

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

Se nesta quarta-feira, 2 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir manter em 8,75% a taxa básica de juros, a Selic, o Brasil vai piorar no ranking mundial de juros reais, segundo cálculos da consultoria econômica Up Trend. Desde julho, quando o BC cortou a taxa em 0,5 ponto, o país ocupa a quinta posição. A manutenção da taxa, que encerraria uma série de 5 cortes seguidos, deve levar o Brasil ao 4º lugar na lista.

O ranking é calculado com base nas taxas de juros reais de 40 países (em que se desconta dos juros nominais a inflação projetada para os próximos 12 meses).

Caso a decisão anunciada pelo Copom seja de corte de pelo menos 0,25 ponto, o Brasil permanecerá na atual quinta posição, abaixo da Malásia.

Em relatório de mercado conhecido como Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira, 31 de agosto, analistas preveem que os membros do Copom devem anunciar a manutenção da Selic no patamar atual após o fim da reunião de dois dias. Além disso, o documento prevê que o BC não realize novos cortes na taxa básica até o fim do ano.

Segundo a consultoria, a explicação para a mudança de posição do Brasil sem alteração da taxa se explicaria em razão do aumento da deflação na Tailândia (o que fez a taxa de juros real subir) e aceleração da inflação na Hungria (o que fez a taxa de juros real cair).

Mais atraente

De acordo com o ranking, o Brasil perderia para a China (1º), Tailândia (2º) e Argentina (3º). É, no entanto, o mais atraente entre os primeiros colocados para investidores, na opinião do economista-chefe da Up Trend, Jason Freitas Vieira.

"Ter a quinta, quarta ou a primeira posição não faz muita diferença para o Brasil. O país é outra coisa em termos de atratividade em relação a seus companheiros (primeiros colocados): em 'investment grade', atividade econômica, setor privado", destaca o economista.

Segundo Vieira, ainda há espaço para mais um corte de pelo menos 0,25 ponto na taxa básica de juros até dezembro.

Isso porque, segundo ele, embora os indicadores mais recentes mostrem a retomada do crescimento da economia brasileira após a crise, tal expansão ainda não apresenta efeitos sobre a inflação, que está "comportada".

"Alguns indicadores de atividade industrial mostram crescimento em relação ao mês anterior, mas no ano ainda deixam a desejar", explica.

Juros

A taxa de juros é a principal ferramenta utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação brasileira; para frear os preços, a taxa é elevada; para estimular o crescimento da economia, a taxa é reduzida.

O objetivo das mudanças nos juros é manter a inflação sob controle, ou seja, cumprir a meta de inflação para o ano. A decisão do BC sobre os juros é soberana e não precisa de aprovação do presidente da República nem do ministro da Fazenda. Já a meta de inflação é fixada pelo governo.

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