O vazamento da cópia da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2009, que causou a suspensão do exame, foi deflagrada por dois homens que procuraram o jornal "Estado de S. Paulo" para vendê-la por R$ 500 mil.
Eles disseram ter recebido o material no dia 28 de setembro das mãos de um funcionário do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Após a denúncia feita pelo jornal, o ministro da Educação, Fernando Haddad, decidiu suspender a avaliação. Em vez de a prova ocorrer no começo de outubro, ela só foi realizada no começo de dezembro, pois teve de ser completamente reformulada.
Essa alteração da data atrapalhou a utilização da nota pelas prinicpais universidades do país como USP e Unicamp. Em alguns casos, o rendimento nem foi considerado.
Como consequência, o consórcio Connassel (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção) rompeu o contrato com a gráfica Plural (parceria do Grupo Folha e da Quad Graphics), responsável pela impressão do exame, ao alegar que a empresa não tomou os cuidados de segurança necessários para preservar a avaliação.
A Plural alega que foi contratada para imprimir as provas, sob condições de sigilo, e entregá-las em caixas lacradas. Segundo a gráfica, esse processo foi feito e cabia ao Connassel realizar o transporte do material, processo que inclui manuseio, empacotamento e rotulagem.
O Ministério Público Federal denunciou (acusou formalmente) os funcionários da empresa Cetro, integrante do consórcio Connassel, o empresário Luciano Rodrigues e o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid. Eles respondem pelos crimes de peculato, furto praticado por servidor público, corrupção passiva, exigência de vantagem indevida e violação de sigilo funcional.