A presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição, e o antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fizeram alusões à adversária Marina Silva (PSB) em comício na noite desta quinta-feira (4) na comunidade Brasília Teimosa, no Recife (PE). A candidata do PT criticou os que "viram a casaca", e o ex-presidente afirmou que a "nova política", expressão usada por Marina, é Dilma.
Em seu discurso no comício, para uma plateia de militantes do PT, a presidente saudou os políticos presentes ao palanque. Além de Lula, estavam, entre outros, o deputado Armando Monteiro (PTB-PE), candidato ao governo estadual com apoio do PT; o ex-prefeito do Recife João Paulo, candidato ao Senado; o senador Humberto Costa (PT-PE), além de três ministros – Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), Francisco José Coelho Teixeira (Integração Nacional) e Thomas Traumann (Comunicação Social).
No início de sua fala, Dilma afirmou que os aliados têm compromisso com o pré-sal no país, reproduzindo ataque indireto que tem feito a Marina Silva em sua propaganda eleitoral.
"Neste palanque, estão os que têm compromisso com o pré-sal, que acham que o pré-sal é importante para o futuro deste país. Aqui, estão as pessoas que não mudam de lado, que não viram a casaca, que não dizem uma coisa hoje e outra amanhã", disse.
Marina, que foi do PT até 2008, deixou o governo Lula quando era ministra do Meio Ambiente para se filiar ao PV e concorrer pela primeira vez à Presidência em 2010, quando conseguiu 19,6 milhões de votos.
Sem citar o nome de Marina, Dilma depois voltou a falar da importância do pré-sal, que – segundo afirmou a presidente noutra ocasião – foi contemplado com apenas "uma linha" no programa de governo da adversária.
"Todos aqueles que colocam o pré-sal sob suspeição, que falam que o pré-sal não tem que ter prioridade, que falam que é uma estratégia errada, não querem que este país mude a educação, pague melhor os professores, creche e educação em tempo integral para nossos jovens e nossas crianças", afirmou a petista.
Dilma ainda utilizou a expressão "Não vamos desistir do Brasil", do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13, para dizer que sempre acreditou no país.
"Não desisti dele nem mesmo quando fui presa e torturada durante o regime militar. Este país é muito maior que um bando de ditadores. Este país tem uma vantagem agora: encontrou o seu rumo", disse.
Em seu discurso, Lula usou expressões utilizadas pelos adversários Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva para criticá-los, mas sem mencioná-los.
“Ontem à noite vi o seu adversário num debate na televisão”, disse Lula, dirigindo-se a Dilma, em referência a Aécio Neves.
“Ele tem uma palavra mágica [...]. Mas esse rapaz, pergunta para ele ‘como é que tá o sapato?’. ‘Previsibilidade’. ‘Como é que tá as calças?’. ‘Previsibilidade’. ‘Como é que tá o cabelo?’. ‘Previsibilidade’. Ele resolve tudo com 'previsibilidade'. A única previsibilidade que tem é que ele já está fora da disputa eleitoral em 2014”, disse Lula.
Em relação à candidata do PSB, Marina Silva, Lula fez referência a ela citando "pessoas que falam" em “nova política”, uma das principais bandeiras de campanha de Marina. A presidenciável tem aparecido nas últimas pesquisas eleitorais tecnicamente empatada com Dilma no primeiro turno e na frente no segundo.
“Estou vendo algumas pessoas falarem a palavra 'nova política'. E a pessoa já foi vereadora, deputada estadual, federal, senadora. Se tem uma pessoa que é a nova política no país é a Dilma, que nunca foi política neste país”, declarou Lula
Ministérios
No discurso, Lula defendeu ainda a quantidade de ministérios no atual governo. As 39 pastas da gestão Dilma têm sido um dos principais pontos questionados pelos adversários da presidente na disputa eleitoral. Aécio Neves e Marina Silva já afirmaram que, se eleitos, reduzirão a quantidade de pastas no governo.
Lula defendeu ministérios como o da Pesca, o da Micro e Pequena Empresa e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
“Dizem que eu tinha muito ministério, 30 ministérios. Tem gente que fala que vai resolver o problema do Brasil diminuindo. Não precisa fazer isso. Sempre teve menos ministério. É por isso que não funcionava”, declarou.