A seleção brasileira de Dunga começou seu trabalho nesta segunda-feira, em Miami, nos Estados Unidos, com quatro gerações de convocados. Robinho e Maicon vestiram a camisa amarela pela primeira vez antes da Copa de 2006. Antes do Mundial de 2010, na África do Sul, tiveram chances Marcelo, Ramires, Miranda, Filipe Luís, Diego Tardelli... Para 2014, consolidaram-se nomes como Neymar, David Luiz e Oscar. São pilares que o técnico quer usar para construir a geração de 2018, recheada por Everton Ribeiro, Philippe Coutinho, Marquinhos, Danilo, Rafael Cabral e companhia.
De 2003, ano em que Robinho, o mais antigo dessa Seleção, entrou na lista pela primeira vez, até aqui, são quase 12 anos. A união de gerações representa o que Dunga pretende no início de sua nova passagem pela equipe. Ter um suporte sólido para, aos poucos, fazer a transformação no grupo que perdeu por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa.
Este primeiro plantel relacionado por Dunga terá média de 30 anos em 2018, na Rússia. Um número alto, difícil de imaginar que se concretize na principal competição. Até lá, muitas caras novas devem receber oportunidades.
Robinho, convocado de última hora para o lugar do lesionado Hulk, despontou para o futebol em 2002, ano do penta. Na temporada seguinte estreou pela Seleção e só não foi titular com Parreira, no Mundial da Alemanha, por conta do famoso e fracassado quadrado mágico formado por Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo.
Com Dunga, porém, o jogador, que voltou ao Santos neste ano, se tornou ícone da equipe. Foi quem mais jogou, decidiu campeonatos como a Copa América de 2007 e chegou intocável a 2010.
É esse atacante que servirá de inspiração para jogadores que terão de se manter em alto nível pelos próximos quatro anos, casos de Philippe Coutinho, lançado por Mano Menezes em 2010, mas sem jamais ter tido sequência no grupo.
Nesta terça-feira, Dunga vai começar a dar mostras do que pretende para os amistosos de sexta-feira, contra a Colômbia, e da próxima terça, diante da seleção equatoriana. Pela primeira vez desde que voltou ao cargo, ele e os jogadores irão a campo em uma universidade de Miami.
A expectativa é de que, ao menos no primeiro jogo, o treinador escale um time mais “cascudo”.
A explicação é simples: a Colômbia é encarada como um rival duríssimo, principalmente pelas presenças de James Rodríguez e Falcao García. Já contra o Equador, a tendência é que mais novatos ganhem chance, pelo menos por alguns minutos. A troca de experiências e conhecimento entre as gerações é a primeira aposta de Dunga para remontar o Brasil.