O Departamento de Defesa dos Estados Unidos apresentou, nesta terça-feira (4), um plano orçamentário para a compra e o desenvolvimento armamentista no valor de US$ 154 bilhões para 2015, uma quantia 3,6% menor que a atual. O país ainda reserva verba de US$ 79,4 bilhões no orçamento para a guerra contra o terrorismo.
As Forças Armadas americanas gastarão US$ 90,7 bilhões em armamento e US$ 63,5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
O Pentágono reduzirá o número de aviões em 5% e gastará menos em blindados, mas aumentará as compras de certos drones, de alguns helicópteros de transporte de tropas e mísseis, além do investimento em submarinos.
Com a intenção de manter vantagem tecnológica, o Departamento de Defesa pretende uma grande redução no número de efetivos na ativa e nas despesas com compensações a militares, enquanto reduzirá os investimentos em P&D em 2,6%.
A diminuição no orçamento de defesa para 2015, apesar de ter sido anunciada como uma mudança histórica após mais de 10 anos de guerra no Afeganistão e Iraque, mantém altos níveis de despesas e inclusive acrescenta verbas pensadas para combater as ameaças contra os EUA após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Entre as propostas do Pentágono estão incluídos US$ 79,4 bilhões para as chamadas "operações de contingência no exterior", um eufemismo para a guerra contra o terrorismo islâmico, especialmente da al-Qaeda.
Essa verba é apenas US$ 5,8 bilhões menor que a aprovada para o orçamento de 2014, apesar de que somente uma pequena fração dos mais de 33 mil soldados americanos mobilizados atualmente no Afeganistão deverão permanecer no país asiático em 2015.
A missão da Otan termina no final deste ano, mas, mesmo assim, o Pentágono não quer prescindir de um influxo de dinheiro que situa seu orçamento total em US$ 575 bilhões, uma quantia superior a todos os orçamentos de defesa somados dos outros países-membros do Conselho de Segurança da ONU.
Nos anos fiscais de 2011 e 2012, o Departamento de Defesa teve um dos orçamentos mais elevados de sua história, mas os mesmos foram caindo gradualmente na medida em que os esforços de guerra na ocupação de Iraque e Afeganistão foram sendo encerrados.
No entanto, os gastos de defesa nos EUA são, em contrapartida, os mais importantes do orçamento federal.
Além disso, o Pentágono apresentou nesta terça seu marco estratégico para os próximos quatro anos, que colocam mais ênfase na tecnologia espacial e na defesa cibernética.
Os EUA investirão mais recursos e atenção na região da Ásia-Pacífico, manterão sua presença no Golfo Pérsico e continuarão aumentando sua cooperação com seus aliados europeus.
"Não há estratégia ou orçamento livre de riscos, inclusive para o maior orçamento de defesa do mundo existem limites, como nosso conhecimento e capacidade de prever o futuro", explicou o secretário de Defesa, Chuck Hagel.