Claire Thiboult, a antiga contadora da herdeira da L'Oréal, Liliane Bettencourt, retirou parte das declarações explosivas que fez na terça-feira sobre o suposto financiamento ilegal da campanha do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
O jornal "Le Monde" assegura que após as controvertidas revelações que a contadora fez ao site "Mediapart" na terça-feira, os investigadores voltaram a interrogá-la no dia seguinte.
Aparentemente, nesse segundo interrogatório ela negou que Bettencourt, de 87 anos, entregasse envelopes com dinheiro ao agora chefe do Estado quando ele era prefeito de Neuilly, cidade vizinha a Paris, nos anos 90.
Também colocou dúvidas em torno de datas e disse que o "Mediapart" distorceu suas palavras. Ela manteve a informação de que a gerente da fortuna da idosa, Patrice de Maistre, lhe pediu 50 mil euros para doá-los ao agora ministro do Trabalho e tesoureiro do partido de Sarkozy na época, Eric Woerth.
O caso está nas mãos da Promotoria de Nanterre , nos arredores de Paris, que abriu uma investigação preliminar sobre as supostas contribuições ilegais que o partido governante União pelo Movimento Popular (UMP) teria recebido da herdeira através de Woerth.
Sarkozy nega acusação
O presidente francês Nicolas Sarkozy classificou na terça-feira de "calúnias com o objetivo de difamar " as acusações de que sua campanha presidencial de 2007 recebeu financiamento ilegal da herdeira do grupo L'Oréal por meio de Woerth.
O presidente francês lamentou que atualmente "haja mais interesse pela pessoa que cria um escândalo do que pela pessoa que cura, que trabalha ou que constrói".
Pessoas ligadas ao presidente Sarkozy e a Woerth desmentiram as acusações. O ministro do Trabalho também negou terminantemente ter recebido dinheiro ilegal de Bettencourt e rejeitou renunciar. "Nunca recebi no plano político o mínimo euro que não fosse legal", afirmou Woerth nesta terça-feira.
*Com EFE e AFP