O Irã convidou os embaixadores de alguns países do grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha), da União Europeia (UE) e dos países não alinhados a visitar suas instalações nucleares, anunciou nesta terça-feira (4) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparasrt, durante seu encontro semanal com a imprensa.
- Esta visita terá lugar antes da reunião de Istambul (no final de janeiro, entre o Irã e o grupo 5+1 sobre a questão nuclear).
De acordo com o porta-voz, o convite é "um novo sinal de boa vontade" do Irã e da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) responsável por fiscalizar a atividade nuclear no mundo.
Mehmanparasrt se negou a dizer se os Estados Unidos, tradicional desafeto do Irã, estão na lista de países convidados.
- A lista dos países convidados será divulgada mais tarde.
Os países do grupo 5+1 e o Irã se reuniram nos dias 6 e 7 de dezembro de 2010, em Genebra, na Suíça, para reiniciar negociações sobre a questão nuclear, estancadas há 14 meses, e decidiram retomar o diálogo no final de janeiro, em Istambul, na Turquia.
As potências ocidentais lideradas pelos EUA acusam o Irã de tentar desenvolver armas atômicas sob a fachada de um programa nuclear civil, hipótese que Teerã sempre negou.
País quer prevenir ataques virtuais
O Irã também iniciou o desenvolvimento de um novo sistema operacional próprio para "impedir ataques virtuais estrangeiros", anunciou o ministro de Telecomunicações e Tecnologia, Reza Taqipour.
- Este novo sistema operacional será instalado primeiro nos centros industriais e em outras organizações, e depois será oferecido à população para que o instale, se quiser, em suas casas.
Taqipour admitiu que o regime iraniano decidiu acelerar o projeto porque "os sistemas operacionais existentes no país são suscetíveis a ataques com malwares e outros programas maliciosos de software transmitidos através da rede".
- O projeto tem como objetivo impedir que outros sistemas penetrem nas redes locais para roubar dados dos sistemas nacionais.
O Irã admitiu ter sofrido um ataque virtual pelo vírus Stuxnet, que infectou milhares de direções IP de computadores industriais e chegou a afetar suas controversas centrífugas nucleares, que ficaram paradas por um curto espaço de tempo.
A infestação foi admitida pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em 29 de novembro do ano passado, durante uma entrevista coletiva em Teerã.
- Conseguiram criar problemas com o software instalado na parte eletrônica de um número limitado de centrífugas. Fizeram algo ruim, mas graças a Deus nossos especialistas o detectaram e tomaram medidas para que não ocorra mais.