O repórter Ayman Mohyeldin, um dos enviados especiais da rede de TV Al-Jazira, foi preso ontem enquanto cobria os protestos perto da Praça Tahrir, no centro do Cairo. Ele foi solto sete horas depois, mediante protestos da emissora e de milhares de usuários do Twitter.
Mohyeldin tem cidadania americana e ontem uma corrente no Twitter buscava mobilizar congressistas dos EUA para libertar o jornalista, que já foi indicado ao Prêmio Emmy.
Outros jornalistas da Al-Jazira já haviam sido detidos, por menos tempo, e tiveram seu equipamento destruído por ativistas pró-governo. O escritório da emissora no Cairo foi invadido e depredado por manifestantes a favor do presidente Hosni Mubarak.
Desde o início da cobertura dos protestos, no dia 25, dezenas de jornalistas - incluindo brasileiros - foram detidos pela polícia e pelo serviço secreto egípcio, além de serem espancados na rua por policiais e grupos que apoiam o governo. Um repórter egípcio foi morto após ser baleado em um dos protestos.
Anderson Cooper, âncora e repórter da CNN, decidiu deixar ontem o Egito, depois de ter sido atacado duas vezes. Na primeira, ele levou socos e pontapés de ativistas pró-governo. Na segunda, o vidro do carro em que estava foi estilhaçado por uma pedrada. Segundo o governo egípcio, há mais de mil jornalistas estrangeiros no país.