O Papa Bento XVI defendeu na noite desta quinta-feira (10) o celibato dos padres, um ato de fé ''que geralmente é considerado um escândalo em um mundo sem Deus'', e que qualificou de ''melhor antídoto'' contra o pecado, em aparente referência aos escândalos de pedofilia.
''Em um mundo no qual Deus está ausente, o celibato é um grande escândalo (...) que deve desaparecer'', declarou o Papa a cerca de 15 mil padres reunidos na Praça de São Pedro para uma vigília celebrando o fim do ano sacerdotal.
Bento XVI destacou que ser padre ''não é um emprego, e sim uma doação total de si mesmo'', e o celibato é ''o melhor antídoto contra outros escândalos provocados por nossas insuficiências de mortais''.
''Sabemos que há outros escândalos, secundários, que obscurecem o testemunho de fé dos sacerdotes. Oremos para que o Senhor nos livre destes escândalos'', acrescentou Bento XVI, no momento em que a Igreja Católica é sacudida por denúncias de pedofilia.
Estes escândalos levaram muitos, inclusive nas fileiras da Igreja, a questionar a obrigação do celibato para os sacerdotes católicos.
A crítica ao celibato sacerdotal ''pode surpreender em um momento no qual não casar está cada vez mais em moda'', disse o Papa, antes de afirmar que ''um sim definitivo, para se entregar a Deus, é o mesmo sim definitivo do matrimônio, forma natural da união entre um homem e uma mulher, e fundamento da cultura cristã no mundo''.
Se o casamento desaparecer, ''desaparecerão as raízes da nossa cultura''.