O Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México por 71 anos, de 1929 a 2000, voltará ao poder após 12 anos. É o que indicam as pesquisas preliminares divulgadas pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE) na madrugada desta segunda-feira (02). De acordo com os números oficiais, o candidato do PRI, Enrique Peña Nieto, obteve entre 37,93% e 38,55% dos votos e será o próximo presidente do país.
O candidato do PRD, Andrés Manuel López Obrador, foi o segundo mais votado, com cerca de 31%, e provavelmente terminará na mesma posição da eleição de 2006, quando foi derrotado por Felipe Calderón. A candidata apoiada pelo atual presidente, Josefina Vásquez Mota, do PAN, teve algo em torno de 24% dos votos segundo a pesquisa boca de urna e terminou em terceiro lugar na eleição.
A votação no México se encerrou às 18h, pelo horário local (20h de Brasília) deste domingo. Em todo o território nacional, foram utilizadas 142.894 mesas eleitorais, menos do que as 143.132 inicialmente programadas.
De acordo com os partidos políticos, foram registradas cerca de mil ocorrências, a maioria relacionada à abertura tardia dos centros de votação, além de incidentes como tentativas de compra de voto, propaganda ilegal em favor dos candidatos e confrontos entre militantes.
Advogado, 45 anos, Peña Nieto já foi governador de Estado e foi lançado candidato do tradicional PRI nas eleições deste ano se apresentando como a “nova cara” do partido. Ele já vinha liderando as pesquisas há mais de dois anos, até com certa folga, e não foi muito prejudicado por denúncias de corrupção e de ligação com narcotraficantes que atingiram lideranças do PRI no Estado de Tamaulipas – um dos mais afetados pela guerra às drogas.
No início do ano, Peña Nieto também chegou a admitir que tinha filhos com outras duas mulheres e que, portanto, havia traído sua primeira esposa, mas a confissão também não representou nenhum grande impacto eleitoral. Viúvo em 2007, Peña Nieto se casou novamente em 2010, desta vez com uma atriz popular da televisão mexicana.
Seus principais adversários o criticam pela suposta ligação com grupos empresariais e com a mais poderosa rede de televisão do México, a Televisa.
Além do novo presidente, os mexicanos escolheram neste domingo novos representantes para o Congresso e alguns governadores e prefeitos. Os principais temas debatidos durante a campanha foram a crise econômica e o combate às drogas. A violência causada pelo narcotráfico marcou a gestão do atual presidente, Felipe Calderón, e é um dos problemas que mais afligem a população neste momento. São estimados 50 mil mortos em todo o país desde 2006.
Na economia, a questão mais em voga é a pobreza extrema, que afeta quase um terço da população mexicana, e a sensação de perda do poder aquisitivo nos últimos anos, apesar das recentes taxas de crescimento terem ficado entre 3% e 4%.
PRD mantém capital
Na Cidade do México, capital do país, a esquerda manteve a Prefeitura com a vitória de Miguel Ángel Mancera, do PRD, mesmo partido de López Obrador, que obteve cerca de 60% dos votos, de acordo com as pesquisas de boca de urna divulgadas pelos principais jornais locais. Em segundo lugar, ficou Beatriz Paredes, do PRI, com cerca de 25% dos votos.
A candidata do PAN, Isabel Miranda de Wallace, com cerca de 14% dos votos, ficou em terceiro lugar, seguida pela candidata do minoritário Partido Nova Aliança (Panal), Rosario Guerra, com 2% dos votos.
Com agências internacionais
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