Imagens de TV sugerem 'blindagem' a Sérgio Cabral na CPI do Cachoeira

Imagens de TV sugerem 'blindagem' a Sérgio Cabral na CPI do Cachoeira

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:12

Um flagrante de TV reforçou nesta quinta-feira as suspeitas de um acordo de bastidores para evitar a convocação de governadores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira.

Uma troca de mensagens de texto por celular, filmada pela equipe do telejornal “SBT Brasil”, entre o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), mostra a estratégia de “blindagem” na CPI.

“A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é ´nosso´ e nós somos ´teu’”, dizia a mensagem enviada por Vaccarezza a Cabral, segundo imagens mostradas pelo telejornal. Após enviar a mensagem de celular, Vaccarezza troca confidências com o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

Ao Valor, Vaccarezza negou qualquer tentativa de “blindagem” a Cabral. “Não tem nada a ver. Não tem nenhuma blindagem. Foi uma mensagem particular de dois amigos. Não vou comentar [a reportagem]”, disse. O petista disse que estava conversando sobre outro assunto com o governador Cabral, “fora do contexto” da CPI.

Nesta quinta-feira, a CPI não votou requerimentos de convocação de Cabral e dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Os depoimentos dos governadores do Rio e do DF têm sido descartado pelos líderes da base governista no Congresso desde o início dos trabalhos da CPI que investiga as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Cachoeira, preso pela Polícia Federal sob a acusação de comandar uma rede ilegal de jogos de azar.

O colegiado determinou nesta tarde a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da construtora Delta no Centro-Oeste – que inclui as operações em Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Fotos e vídeos divulgadas pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) mostram a intimidade de Sergio Cabral com o dono da Delta, o empresário Fernando Cavendish.

Integrantes da base governista conseguiram impedir a quebra de sigilo em âmbito nacional, defendida por parlamentares de oposição. “Não é o nosso foco. Quem quiser que peça uma CPI da Delta”, afirmou Odair Cunha. As operações da Delta no Centro-Oeste estavam sob o comando do ex-diretor Cláudio Abreu, preso em Goiânia durante os desdobramentos da operação Monte Carlo. A CPI também determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-diretor da Delta.

 


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