A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta quarta-feira que vai inspecionar os “procedimentos operacionais” das escolas de paraquedismo de Boituva após o acidente que matou um paraquedista e feriu dois na segunda-feira (9). A agência também abriu processo administrativo para apurar possíveis irregularidades na documentação do piloto envolvido no acidente. Segundo a Anac, os técnicos já foram enviados ao local.
O piloto do avião que atingiu e matou Alex Adelman, Douglas Leonardo de Oliveira, tinha licença para pilotar a aeronave, mas estava com a autorização para o lançamento de paraquedistas vencida desde 2006. O Certificado de Capacidade Física (CCF) venceu em maio deste ano. A Anac informou que as irregularidades na documentação podem gerar multa e cassação da licença da aeronave e do piloto.
O acidente
O instrutor de paraquedismo Alex Adelman, morreu na segunda (9) depois de ser atingido no ar pelo avião de que saltara, no Centro Nacional de Paraquedismo, em Boituva, a 116 quilômetros de São Paulo. Dois outros paraquedistas que também haviam saltado do avião, Vanderson Campos Andrade e Conrado Alvares, foram atingidos pelo companheiro, projetado pelo choque com o avião, e ficaram feridos. Segundo a Polícia Civil de Boituva, ainda não é possível afirmar se o acidente foi causado por imperícia do piloto ou dos paraquedistas.
Alex portava uma câmera e fazia a filmagem da queda livre dos companheiros. Ele teria sido atingido primeiro e foi lançado contra os amigos. Com o choque o instrutor ficou inconsciente e o paraquedas, que dispõe de um dispositivo de segurança, abriu automaticamente. A manobra automática reduziu o impacto do corpo no solo. O instrutor chegou a ser socorrido ainda com vida e levado para o pronto socorro do Hospital São Luiz, na própria cidade, mas não resistiu.
Os outros dois paraquedistas conseguiram acionar os equipamentos e chegaram ao solo, mas tinham fraturas nos membros inferiores decorrentes do choque. Eles permaneciam internados no mesmo hospital na noite desta segunda, mas o estado de saúde de ambos não era considerado grave.
Alex era paraquedista desde 1994 e, em março deste ano, quebrou o recorde brasileiro em maior formação de queda livre vertical, na cidade de Piracicaba. Ele era especializado em filmagens no ar.
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