Candidato tucano à Presidência encerrou primeiro turno com 255,5 mil votos válido a mais que Dilma Rousseff no Estado Mais de 400 pessoas lotaram o auditório de um hotel em Florianópolis na manhã desta quarta-feira para ouvir os vitoriosos nas eleições catarinenses pregarem apoio ao presidenciável José Serra (PSDB). Segundo o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que assumiu a coordenação da campanha do tucano no Estado, a meta é ampliar a vantagem do candidato em Santa Catarina que, no primeiro turno, foi de 255,5 mil votos (45,7% dos válidos) sobre Dilma Rousseff (PT) para 1 milhão de votos até o próximo dia 31.
A união em prol de Serra conseguiu o que nem a aliança pelo poder em Santa Catarina logrou: colocar, lado a lado, o governador Leonel Pavan (PSDB) e os cabeças da coligação As Pessoas Em Primeiro Lugar (DEM-PMDB-PSDB-PPS-PTB). Por conta de divergências na formação da chapa, ele não apareceu no palanque dos candidatos eleitos ao governo, Raimundo Colombo (DEM), e ao senado, Luiz Henrique e Paulo Bauer (PSDB), durante o primeiro turno.
No encontro, Pavan ressaltou as adesões obtidas para o segundo turno, como o PP de Angela Amin, e orientou a militância a enaltecer a gestão FHC (1995-2003). Para que os jovens, que não sabem como era o Brasil antes do Plano Real, não achem que tudo de bom que tem hoje no país surgiu do nada, disse, atribuindo a criação do programa Bolsa-Família à ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Se Serra é do Fernando Henrique Cardoso, Dilma é do Collor, do Sarney, comparou.
Colombo afirmou que não vai tratar da composição de seu governo agora porque a prioridade é eleger Serra. O demista reconheceu o crescimento verificado na administração Lula, mas ponderou que poderia ter sido maior. Foi menor por causa do custo do Estado e das carências em infraestrutura: rodovias, portos, aeroportos, observou. Com Serra na Presidência, Santa Catarina vai ficar em posição privilegiada para apressar estas obras.
Conciliação e advertência
A crença em uma situação melhor para o Estado com o tucano no Planalto foi compartilhada por Bauer. Vamos ter mais força, mais condições de progredir, declarou. Para o futuro senador, a realização do segundo turno apagou o brilho da estrela do PT. Eles estão vindo com agressividade, querendo dividir o país entre ricos e pobres, apontou. Precisamos comemorar a vitória sem conflito, com uma bandeira branca e o 45 no meio.
O tom de conciliação direcionado também à parcela do PMDB aliada de Dilma, conforme determinação da cúpula nacional do partido em favor do correligionário Michel Temer, vice da ex-ministra da Casa Civil parou na manifestação do deputado federal Paulo Bornhausen (DEM). O líder da legenda no Congresso advertiu sobre a maioria que a adversária terá na Câmara e no Senado para passar seus projetos.
Segundo Bornhausen, a configuração das bancadas permitirá que o governo petista aprove a interferência estatal na programação das TVs a cabo. Vocês verão Lula, Dilma e toda a catrefa do PT todos os dias na televisão, ameaçou. Além disso, querem implantar a supressão de liberdades, o controle da mídia e a liberação do aborto, listou, diante de uma platéia na qual quase todos os presentes ostentavam na lapela um adesivo com a inscrição Eu sou do bem, voto 45.