Chuva deixa Friburgo sem sinal de telefonia, sem luz e sem transporte

Chuva deixa Friburgo sem sinal de telefonia, sem luz e sem transporte

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:01

O cenário é de caos em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, nesta quarta-feira (12). A cidade está sem sinal de telefonia, tanto móvel quanto fixa, não há eletricidade, o comércio está fechado, os sinais de trânsito e radares estão quebrados. Não ha transporte público na cidade. Os bombeiros e a Defesa Civil não conseguem se comunicar com as próprias equipes e somente alguns orelhões na cidade funcionam.   O município contabiliza sete mortos, entre eles três bombeiros. Ao todo, o número de mortes em decorrência da chuva na Região Serrana chega a 80.   Muitos moradores perambulam a pé, muito abalados e sem saber o que fazer. Outras pessoas usam pás e baldes para retirar a lama e a água das casas. Um morador passou na rua carregando um galão de água. Outros filmam e tiram fotos.

Um rapaz de 17 anos, muito nervoso e chorando, contou que o pai estava ajudando no resgate para localizar um tio e dois primos que estariam numa casa que desabou no centro. Além da casa, um galpão que funcionava com uma garagem, uma loja e parte de um prédio foram soterrados.

"A gente se mudou daqui na sexta-feira (7), no sábado a gente veio na casa dos meus tios. Hoje (quarta) a gente saiu para ver como estava a cidade e demos de cara com a casa dele desabada", contou V. M., emocionado.

Por volta de 12h, na Praça Getúlio Vargas, também no Centro, houve um momento de pânico com moradores gritando e correndo. É que dezenas de pessoas de cinco prédios que ficam na praça foram retiradas pelos bombeiros por precaução. Elas dizem que ouviram um estrondo, mas não sabem se veio da encosta onde houve um grande deslizamento de terra, ou se o barulho foi do prédio. Entre as pessoas havia idosos sendo carregados, além de portadoras de necessidades especiais.

Uma mulher que mora no oitavo andar de um dos prédios, e que estava com um casal de vizinhos, contou os momentos de susto.

"A gente só ouvia 'desce, desce'. Ouvimos barulho de estalos a noite inteira. A gente não sabe se esse era do barranco ou da estrutura do prédio", disse a representante comercial Luciana Santiago.

Número de mortos em Teresópolis subiu para 71

O número de mortos pela chuva em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, subiu para 71 pessoas . A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, Flávio Luiz de Castro.

Mais cedo, o prefeito de Teresópolis, na Região Serrana, Jorge Mário, havia decretado estado de calamidade pública no município, um dos mais afetados pelas chuvas no estado.

O prefeito sobrevoou nesta manhã e avalia com seus assessores se declara ou não situação de emergência. Um total de 800 homens da Defesa Civil e bombeiros tenta localizar desaparecidos na cidade.

A prefeitura designou dois abrigos para receber desabrigados: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas. O número estimado de desabrigados até o início da tarde desta quarta-feira era de 200 pessoas.

Em Petrópolis, um casal de idosos morreu na localidade de Brejal, segundo informações do Comitê de Ações Emergenciais da cidade.   Cabral pede ajuda à Marinha

Em nota oficial, o governador Sérgio Cabral solicitou ao almirante Júlio Moura , comandante da Marinha, aeronaves para o deslocamento de tropas e equipamentos do Corpo de Bombeiros para o socorro às vítimas na Região Serrana do Rio.

O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, já está na Região Serrana acompanhando o trabalho de resgate a vítimas. Pelo Twitter, o governo do estado informou que helicópteros estão sendo mobilizados para o transporte das equipes da Defesa Civil estadual e de equipamentos para reforçar os trabalhos de resgate na Região Serrana.

No distrito de Itaipava, a água atingiu dois metros e meio de altura em alguns pontos da região. A Defesa Civil da prefeitura de Petrópolis explica que “toda vez que chove muito nos municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, a água que desce da serra provoca o transbordamento do rio Santo Antônio, causando os alagamentos”.    

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