As chuvas que assolaram a Região Serrana do Rio no início de janeiro atrasaram a megaoperação das polícias do estado na manhã deste domingo (6). Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, com todo os batalhões da Polícia Militar e delegacias especializadas da Polícia Civil nas áreas afetadas, só agora foi possível cumprir o plano de ocupação de nove favelas nos bairros de Santa Teresa, Catumbi e Estácio, no Centro do Rio.
Para o secretário, a operação, que reuniu várias forças estaduais e federais, a exemplo do que aconteceu no Alemão, em novembro,pode servir de modelo para outros estados do país. "Daqui podemos levar essas ações para outros estados e, quem sabe, diminuir o índice de criminalidade, que não é só o carioca que quer, é todo o Brasil que quer", afirmou.
Fumaça azul
Após o sucesso da ocupação, policiais militares hastearam uma bandeira do Batalhão de Choque no alto do Morro dos Prazeres em Santa Teresa. Em outro ponto da ação, policiais soltaram um sinal de fumaça azul para simbolizar o sucesso da ação.
Depois de ocupadas, a polícia agora trabalha nas comunidades vasculhando casas e revistando moradores para tentar encontra drogas e foragidos. A situação, no entanto, é de tranquilidade, com o comércio funcionando normalmente e moradores circulando pelas ruas.
Ocupação de nove morros durou menos de 2 horas
Menos de duas horas depois do início da entrada de policiais em favelas do Centro do Rio, a Polícia Militar anunciou que os nove morros da região já estavam completamente ocupados.
A megaoperação começou por volta das 4h para ocupar nove favelas do Estácio, Catumbi e Santa Teresa, no Centro do Rio. A primeira parte da ação contou com agentes da polícia civil cercando 48 pontos dessas comunidades e, às 6h, homens, em sua maioria da Polícia Militar, começaram a entrar nos morros São Carlos, Zinco, Querosene, Mineira, Coroa, Fallet, Fogueteiro, Escondidinho e Prazeres.
Os blindados da Marinha chegaram ao Batalhão de Choque da Polícia Militar, no Centro da Cidade, na noite de sábado (5) e, segundo a Secretaria de Segurança Pública, às 4h, os 846 homens que participam da operação já estavam de prontidão. Ao todo, são 380 agentes da Polícia Militar; 189, da Polícia Civil; 103, da Polícia Federal; e 24, da Polícia Rodoviária Federal. A Marinha dará reforço com 150 fuzileiros navais e 21 blindados.
A expectativa da secretaria é que as três novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) beneficiem ainda os 17 bairros do entorno, com uma população de cerca de 520 mil pessoas. A previsão é que mais de 630 policiais integrem as unidades implantadas na região.