A direção do PSDB de São Paulo decidiu esvaziar a reunião marcada para a tarde desta segunda-feira, dia 8, para discutir as estratégias do partido para as eleições presidencial e estadual.
Das 47 coordenadorias regionais que participariam do encontro, foram chamadas apenas sete das regiões metropolitanas - Grande São Paulo, Baixada Santista e Campinas. Também estavam convidados os 40 deputados do PSDB no Estado (18 federais e 24 estaduais) e os 20 membros da Executiva do diretório.
A decisão foi tomada na última na sexta-feira pela legenda, que encaminhou uma mensagem aos membros do partido informando sobre a restrição. O encontro, que não seria divulgado oficialmente, foi noticiado pela imprensa no mesmo dia.
"É uma reunião de análise do nosso trabalho", disse o presidente do PSDB paulista, deputado Antonio Mendes Thame. Segundo ele, em outras cidades do Estado, haverá reuniões regionais. O deputado José Aníbal (PSDB-SP), pré-candidato ao Senado, ficou cerca de 10 minutos no encontro.
Thame afirmou que a ideia foi regionalizar as reuniões por questões logísticas. Ele diz que ficou surpreso com a presença da imprensa no encontro desta segunda. "A imprensa influi muito na pauta. Ela quase faz a pauta."
O deputado disse ainda que a militância estadual do partido está ansiosa para a oficialização da candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à Presidência. Na avaliação de Thame, Serra pode recuperar o tempo perdido depois da desincompatibilização, que acontece até o dia 3 de abril. "Ele tomou uma opção [de esperar] sabendo que isso tem um custo [da desvantagem nas pesquisas]", diz.
Na sexta-feira, o secretário-geral do PSDB paulista, César Gontijo, disse que a experiência do partido em São Paulo será fundamental para tirar a desvantagem que Serra possa ter em regiões como Nordeste na disputa presidencial. Gontijo lembrou que o partido ganhou as cinco últimas eleições ao governo do Estado, desde a eleição de Mário Covas, em 1994.
O secretário-geral do partido afirmou que a estratégia no momento é dar prioridade à campanha de Serra. Isso porque a eleição ao governo paulista está em melhor situação para os tucanos, já que o possível candidato Geraldo Alckmin tem mais de 50% das intenções de votos em todos os cenários em que aparece, segundo pesquisa Datafolha. "Estamos com bons candidatos", afirmou Gontijo sobre a eleição estadual.
A preferência pela disputa presidencial ficará evidente na propaganda partidária que será exibida no final do mês, que terá Serra como estrela.
Inserções
O partido pediu ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo para antecipar as inserções que seriam exibidas ao longo de março e maio. As propagandas aparecerão no momento que será anunciada oficialmente a pré-candidatura de Serra ao Planalto. "A estratégia de campanha está definida.
No momento, a preocupação de Serra é governar o Estado. Março é um mês complicado. A partir de abril, começa a pré-campanha", afirmou Mendes Thame. O governador tem que sair do cargo no dia 3 de abril para ser candidato.
Segundo o deputado, o diretório estadual do partido também procura uma nova sede para alugar na cidade de São Paulo, que deve servir de comitê central da campanha de Serra.
Por: Daniel Roncaglia