Ônibus ficam parados em terminal da Zona Sul (Foto: Carolina Iskandarian/G1)
Após uma reunião com os representantes das empresas de ônibus de São Paulo, o diretor do Sindicato dos Motoristas, Naílton Francisco de Souza, informou na noite desta terça-feira (17) que a categoria recebeu uma proposta de 8% de reajuste salarial o pedido deles é de 5% de aumento real mais correção de inflação. Além disso, segundo ele, houve a sugestão por parte dos patrões de aumento no valor do vale-refeição e da participação dos lucros. Foi uma surpresa. Vamos defender essas propostas e dizer que aceitamos elas na assembleia geral, contou Souza.
A primeira convocação da assembleia com os trabalhadores está prevista para ocorrer às 15h desta quarta-feira (18). Souza disse que a decisão de aceitar os benefícios vindos do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo, que representa o setor patronal, foi tomada após uma reunião só com a diretoria do Sindicato dos Motoristas. O encontro terminou por volta de 23h30. O G1 tentou contato com o sindicato das empresas de ônibus, mas não houve retorno.
Para pressionar os patrões, motoristas, cobradores e fiscais cruzaram os braços na tarde desta terça. A partir de 12h, houve um protesto em alguns pontos da cidade e ônibus deixaram de circular. O que se viu no horário de pico do trânsito entre 16h e 20h foram esperas mais longas nos pontos de ônibus e garagens cheias de carros. Souza informou que, com o bom andamento das negociações, a nova paralisação prevista para a madrugada desta quarta foi suspensa.
Benefícios
De acordo com o panfleto distribuído pelo Sindicato dos Motoristas, os trabalhadores pedem um vale-refeição no valor de R$ 15. Atualmente, o valor é de R$ 11, 60. Eles disseram que vão aumentar para R$ 13, contou Souza, acrescentando que a categoria pode ter mais benefícios se todos aceitarem as propostas do patrões na votação durante a assembleia geral.
Vão criar um plano de cargos e salários, que é uma reivindicação antiga, vão reconhecer e pagar a (taxa de) insalubridade a partir de fevereiro de 2012 e o motorista que trabalhar sem cobrador no ônibus vai ter um adicional de R$ 250 no salário, relatou o diretor do sindicato. O que, de acordo com as informações de Souza, ficou aquém do esperado foi a demanda por um pagamento maior na participação dos lucros. Mesmo assim, o sindicalista pareceu satisfeito.
A entidade pede R$ 1.100 e a proposta dos patrões foi de R$ 550. Antes, segundo o Sindicato dos Motoristas, a proposta era oferecer aos cobradores participação nos lucros no valor de R$ 200 e os condutores dos ônibus receberiam R$ 300. Agora, conquistamos R$ 550 para todo mundo.