A maior empresa de saneamento do país, a Sabesp, mostra o que os moradores da capital paulista têm jogado nas tubulações de esgoto. São objetos que entopem a tubulação e atrapalham o processo de tratamento da água que é devolvida aos rios.
Na estação de tratamento de esgoto, grades de ferro servem de barreira para todo tipo de lixo. A cada 40 minutos, a máquina faz uma espécie de pente-fino e recolhe o entulho que é levado para um aterro sanitário. Aqui nós temos plásticos diversos de embalagens que as pessoas jogam no vaso sanitário e que acabam vindo parar na estação e contribuem para problemas operacionais, como danificar e interromper o processo de gradeamento, afirma o assessor de meio ambiente da empresa, Marcelo Morgado.
Em um estudo inédito, a companhia que faz o tratamento do esgoto na cidade de São Paulo separou os materiais para saber o que a população anda despejando no esgoto. Foi encontrado todo o tipo de material: tem prendedor de cabelo, embalagem de suco, de iogurte e brinquedos. Uma evidência de que as crianças também devem estar fazendo mau uso da rede.
Fiapos de roupa, fio dental e cabelo são os itens que mais aparecem na rede de tratamento de esgoto. Em segundo lugar estão os panos de limpeza e as fraldas e, em terceiro, vem o plástico. São embalagens plásticas em geral, como de suco, iogurte e brinquedos. Isso tudo é bastante consistente e o pente que faz a raspagem fica travado. Estamos com um deles em manutenção. Chega a quebrar o cabo de aço, travar, conta Morgado.
Dona de casa experiente, Maria de Lurdes Naccaradi não sabia que os fiapos de roupa não podem ser jogados no tanque. Eu abria a torneira e limpava com a água. Agora eu aprendi, contou. Na estação de tratamento, os técnicos também encontraram cápsulas para armazenar drogas. Ao todo, por mês chegam pelo esgoto mais de oito toneladas de lixo.