Após o fim da greve dos metroviários nesta quarta-feira, a Secretaria dos Transportes do Estado de São Paulo criticou o sindicado que promoveu a paralisação do Metrô na maior cidade do País nesta quarta-feira. Segundo nota enviada pela pasta comandada pelo secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, a manifestação foi resultado de uma “agenda político-eleitoral” e teve o objetivo de prejudicar a população.
As acusações contra os grevistas reforçam as declarações dadas durante a manhã, no início da greve, pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin. Em entrevistas concedidas para emissorar de TV, Alckmin disse que a greve fteve "motivação político-eleitoral, prejudicando a população”.
Após o fim da paralisação, a secretaria divulgou nota em que afirma que o Metrô pratica salários compatíveis com o mercado e argumenta que os trabalhadores poderiam ter conseguido benefícios maiores se a proposta feita ontem pela juíza do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) fosse aceita. "Inoportuna, a paralisação criou dificuldades cruéis a milhões de trabalhadores da maior cidade do país".
A secretaria também criticou a tentativa dos trabalhadores de promover ato com “catraca livre”. Para a empresa, a falta de controle na entrada dos passageiros poderia comprometer a segurança do serviço.
Além da secretaria, a Associação Comercial de São Paulo também emitiu nota de repúdio a greve. Em documento assinado pelo presidente Rogério Amato, a associação diz que "os metroviários deveriam repensar um movimento deste no cenário atual, pois é de conhecimento público que a sua média salarial é superior a de outras categorias profissionais também úteis à nossa população". Para Amato, "o direito de protestar de um, alguns ou uma categoria inteira de trabalhadores não deve, de maneira nenhuma, prejudicar de forma tão cruel o dia a dia de uma cidade com mais de 11 milhões de pessoas".
Sindicato
O diretor do Sindicato dos Metroviários, Ciro Moraes, rebateu as declarações do Metrô e diz que a categoria só optou pela greve porque o companhia não negociava mais. Para ele, “a greve aconteceu porque o governo foi intransigente” nas negociações. Ele classifica as declarações do governador como uma “tentativa de dissimular a negligência com o aumento e manutenção da rede”.
Moraes diz que as informações divulgadas são mentirosas. “A secretaria falta com a verdade. A companhia (do Metrô) é que não aceitou a proposta do tribunal ontem. Nós aceitamos, mas não levamos à assembleia porque eles não aceitaram. Se tivessem acordado ontem não haveria greve”.
Segundo Moraes, a greve foi encerrada imediatamente após a negociação. Ele classifica a manifestação como vitoriosa. “Conseguimos algumas vitórias. As horas dos trabalhadores em greve não serão descontadas. A categoria tem condição de levantar a cabeça e seguir em frente em novas lutas”.