Ricardo Galhardo
Prefeito eleito afirmou que vai criar duas novas pastas, mas não vai aumentar o número atual de 27 secretarias; ele anunciou nomes de cinco secretários
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai manter o número atual de 27 secretarias na administração municipal. Haddad disse nesta segunda-feira que vai criar duas novas pastas, da Mulher e da Igualdade Racial, previstas em seu programa de governo.
Segundo pessoas próximas ao prefeito eleito, ele vai fundir algumas secretarias para manter o número de pastas. Assim, as funções hoje a cargo das secretarias de Controle Urbano e Desenvolvimento Econômico devem ser incorporadas a outras pastas como Finanças, Planejamento e Desenvolvimento Urbano.
“Haverá pequenas mudanças. Algumas delas já anunciadas no programa de governo como a Secretaria das Mulheres e Secretaria da Igualdade Racial”, disse Haddad, hoje, ao anunciar os primeiros cinco nomes de seu secretariado.
No anúncio Haddad chegou a falar em 25 secretarias mas, segundo auxiliares, foi um ato falho.
Com os ajustes, a configuração da administração municipal ficará muito parecida com a da gestão Marta Suplicy (PT). No entanto, a gestão política da prefeitura terá grandes diferenças em relação à da atual ministra da Cultura.
Marta governou cercada por um pequeno círculo de colaboradores próximos que se revezaram nas funções mais importantes do governo. Este círculo ficou conhecido no PT como o “grupo da Marta” e era formado por Rui Falcão, Jilmar Tatto, Carlos Zaratini, Vladimir Garreta e José Américo.
Haddad disse hoje que pretende fazer um governo de coalizão, aberto, com participação dos partidos aliados e setores da sociedade.
“Não é se fechando em um pequeno grupo que você vai governar uma cidade com a complexidade de São Paulo”, disse ele.
O prefeito eleito pretende definir a maioria dos nomes do primeiro escalão até o final do mês. Enquanto isso, recebe indicações e demandas de partidos aliados e correntes internas do PT.
O prefeito eleito disse também que vai reavaliar a atual estrutura de descentralização administrativa. Existe a possibilidade de serem criadas duas novas subprefeituras.
Hoje Haddad esteve reunido com o ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro, com quem falou de parcerias nas áreas de habitação e transportes e da participação do PP na administração. Ribeiro, artífice da aliança com o PT, foi escolhido pelo PP para negociar em nome do partido.
Na sexta-feira, Haddad esteve com o ministro das Fazenda, Guido Mantega, para falar sobre a renegociação da dívida do município com a União. O prefeito eleito disse não ser o único interessado na renegociação, que também é pretendida por outros prefeitos e governadores.
“Não sou só eu que proponho (a renegociação). O País tem que encontrar uma saída para superar este problema que afeta vários entes da federação”. Disse Haddad.