O rei da selva perdeu o trono em Mato Grosso do Sul. Um leão, que era a principal atração do zoológico de Ivinhema, a 297 quilômetros de Campo Grande, recebe alimentação três vezes por semana, está solitário e, segundo as pessoas que cuidam do animal, está em depressão desde o ano passado, quando perdeu a sua companheira.
Simba, como é chamado, é um dos remanescentes do zoo da cidade, que foi desativado em 2005. De acordo com a coordenadora de fauna do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), Paula Mochel, o local não tinha estrutura adequada exigida para funcionamento.
Alguns animais, segundo Paula, já foram removidos. Outros, como o leão, continuam abandonados porque ainda não foram encontrados locais apropriados para eles.
É muito difícil achar um lar para um leão, nós já tentamos negociar várias vezes, mas infelizmente não deu certo, lamenta Paula.
A coordenadora diz ainda que existe um risco em manter o felino de grande porte em área inadequada. Se o leão soubesse da força que tem, derrubava a jaula com uma só patada. Ele vive em um recinto com grades finas, frágeis e baixas, de onde ele facilmente escaparia, conta. O diretor da Fundação de Meio Ambiente, Paulo César Tamanine, também está preocupado com a presença do leão em área urbana. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros, durante vistoria feita no local, constatou precariedade das condições de segurança.
Restam no zoológico desativado dois veados, alguns macacos e cerca de 20 jabutis. Tamanine conta que todos esses animais ficam sob cuidados de um zelador e recebem acompanhamento periódico de uma bióloga e um médico veterinário. Os gastos são custeados pela prefeitura.
Tanto o Ibama como a prefeitura buscam um destino digno para o rei da selva. Eles procuram alguma entidade que possa cuidar do animal de forma mais adequada, com mais segurança para o felino e, também, para a população.