A operação Guilhotina, que resultou no afastamento de Allan Turnowski da chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, continua nesta sexta-feira (18). Após prestar quase três horas de depoimento na tarde desta quinta-feira (17) na Polícia Federal, o ex-chefe da Polícia Civil foi indiciado pelo vazamento de informações da operação Guilhotina. A pena pelo crime pode chegar a seis anos de prisão.
Em nota oficial, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame disse em nenhum momento comentou com Allan Turnowski a realização da operação Guilhotina. Na saída do depoimento, o ex-chefe de Polícia Civil confirmou à imprensa a informação de que Beltrame não falou nada para ele sobre a operação realizada pela Polícia Federal.
- Nessa investigação, eu provei a minha inocência. Fui acusado, por todo mundo, de ter recebido R$ 500 mil mensal (sic), sem que tivesse uma única prova nos autos desse fato. Fui acusado de ter recebido dinheiro da pirataria, mesmo tendo fechado o camelô, em uma ação inédita. Fui acusado de vazar uma operação, que eu teria sabido através do secretário de Segurança. Então, hoje, no fim dessas investigações, nada ficou provado.
Allan Turnowski ainda é acusado de receber uma mesada de até R$ 500 mil de bandidos para permitir o comércio de produtos piratas.
Desde o início da operação, 38 pessoas foram presas, a maioria policiais, sendo um deles o delegado Carlos Oliveira. Com passagens pela Drae (Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos) e pela subchefia da Civil, ele era um dos braços direitos de Turnowski, até então chefe da instituição.
Após as primeiras investigações, Turnowski disse que realmente existiam provas de irregularidades e entregou à Corregedoria Interna de Polícia documentos de investigações que, segundo ele, apontam indícios de corrupção na Draco, comprometendo o delegado Cláudio Ferraz e um inspetor.
Ferraz, por sua vez, considerou constrangedora a investigação e disse que ficou sabendo da operação pela imprensa.